O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta quarta-feira (8) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes partidários para discutir a tramitação da Medida Provisória (MP) que trata do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida é crucial para garantir ao menos R$ 17 bilhões em receitas para a União em 2026, mas tem validade até o final do dia.
Ameaça de derrota no Congresso
Nos últimos dias, Fernando Haddad e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, intensificaram articulações para assegurar a aprovação da MP. No entanto, há preocupações de que possíveis candidatos da oposição à Presidência, incluindo governadores, estejam mobilizando esforços para derrotar o Planalto na votação, o que configuraria uma dificuldade para a gestão fiscal em 2026, ano de eleições presidenciais.
O impasse parece ter transcendido questões técnicas, refletindo uma articulação política de pré-candidatos que buscam criar obstáculos à administração federal. Essa estratégia visa impactar diretamente as contas públicas no próximo ano.
Impacto no Orçamento de 2026
A MP, mesmo após sofrer alterações, é vital para complementar as receitas do Governo. Caso seja rejeitada, abrirá um considerável “buraco” no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2026, que prevê um superávit primário de R$ 34,3 bilhões (0,25% do PIB). O relator do Orçamento, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), teria a tarefa de corrigir essa lacuna.
A articulação em torno da MP do IOF reflete o cenário político acirrado às vésperas de um ano eleitoral, onde decisões fiscais podem se tornar armas políticas. A equipe econômica do governo busca, com urgência, a aprovação para manter a estabilidade das contas públicas.
A polarização política tem se refletido nas discussões econômicas, com o governo buscando aprovar pautas importantes para o ajuste fiscal diante de um Congresso com forte presença da oposição. A Reforma Tributária, por exemplo, também tem sido palco de intensos debates.
Fonte: Valor Econômico