O ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), afirmou que permanecerá no cargo até o próximo ano, contrariando a decisão da direção nacional do União Brasil de que seus filiados entregassem os cargos no governo do presidente Lula (PT). Sabino enfrenta um processo que pode levar à sua Expulsão do partido, mas declarou que a legenda tomou decisões “equivocadas” e “açodadas”, e que buscará o diálogo para seguir na sigla.

“Pelo bem do turismo, pelo bem dos serviços que a gente vem fazendo em todo o país, mas especialmente pelo bem do povo do Pará pela realização da COP30, vou permanecer no Governo“, declarou o ministro.
Pressão e Processo de Expulsão no União Brasil
A cúpula do União Brasil se reúne para analisar um processo que pede a expulsão do ministro por suposta infidelidade partidária. O procedimento foi aberto após o ministro desrespeitar orientações da legenda, como o ultimato para a entrega de cargos no governo Lula. Em 18 de setembro, o partido aprovou uma resolução exigindo que filiados deixassem cargos na gestão Lula em até 24 horas, sob pena de punições disciplinares, incluindo a expulsão.
Sabino ignorou a orientação e permaneceu no ministério, participando de compromissos com Lula em Belém e afirmando apoio ao petista independentemente do cenário político.
O ministro sinalizou que pretende ficar no governo até abril, prazo para a desincompatibilização eleitoral, pois almeja disputar uma vaga no Senado pelo estado do Pará.

Desembarque de Aliados e Afastamento no PP
A decisão de Sabino ocorre em um contexto de tensão entre o Planalto e o União Brasil. Outros aliados também enfrentam pressões. Nesta quarta-feira (8), o ministro dos Esportes, André Fufuca, foi afastado do partido Progressistas (PP), após declarar apoio ao presidente Lula. A decisão foi comunicada pelo presidente da legenda, Ciro Nogueira.
Apoio a Lula e Legado do “Dia do Fico”
Ao anunciar sua permanência, Celso Sabino fez referência ao Dia do Fico, quando Dom Pedro I decidiu permanecer no Brasil. “Fico, tenho confiança do presidente Lula, tenho apoio da maior parte da bancada. Tenho buscado esse entendimento no partido. Acho que é possível o diálogo, vim pessoalmente apresentar minha Defesa“, disse Sabino à imprensa.
O ministro reforçou seu apoio a uma eventual candidatura de Lula à reeleição em 2026, considerando ser “a melhor opção para o Brasil”. “Fico ao lado do presidente Lula por entender que é a melhor opção para o Brasil. Não resta dúvida ao Brasil que esse é o melhor projeto”, afirmou.
COP 30 e Preparativos Cruciais
Sabino argumentou que deixar o Ministério do Turismo antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro em Belém (PA), prejudicaria os preparativos do evento. “Nós estamos há 30 dias da realização da COP30. Não é uma reunião simples. O governo todo tem feito muitos esforços. Vocês têm visto o meu envolvimento pessoal nesse evento. Não vejo oportuno ou por bem a interrupção desse trabalho que tem sido feito”, explicou.
Fonte: G1