O Governo federal lança nesta sexta-feira, 10, uma nova política de crédito habitacional, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa busca reativar o mercado imobiliário e ampliar o Acesso ao financiamento, especialmente para a classe média, sendo uma aposta estratégica para a gestão atual.
Liberação de Recursos para o Mercado Imobiliário
A nova política prevê a liberação imediata de R$ 20 bilhões da poupança para o crédito habitacional, com potencial de expansão para até R$ 37,5 bilhões. Essa manobra será viabilizada pela redução de cinco pontos percentuais no depósito compulsório dos bancos, de 20% para 15%, para as instituições financeiras que aderirem ao novo modelo. Essa medida visa injetar liquidez no setor e facilitar a concessão de novos empréstimos.

Regras Flexíveis para Beneficiar Credores
Pela proposta, os bancos terão maior flexibilidade. A cada real emprestado em crédito imobiliário, a instituição poderá utilizar o mesmo valor depositado na poupança para outras aplicações por um período de até cinco anos. Essa estratégia permite que os ganhos obtidos com investimentos mais rentáveis sejam reinvestidos na manutenção de juros mais baixos para o crédito habitacional, tornando o financiamento mais acessível.
Aumento do Limite para Financiamento de Imóveis
O valor máximo dos imóveis passíveis de financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) será elevado. Atualmente em R$ 1,5 milhão, o limite deve saltar para aproximadamente R$ 2 milhões. Essa atualização visa adequar o teto à valorização recente do Mercado imobiliário e ao índice de inflação acumulada, permitindo que mais propriedades se qualifiquem para financiamento subsidiado.
Redistribuição e Foco na Renda Média
Os recursos destinados ao crédito imobiliário serão readequados. Cerca de 80% deverão ser canalizados para o SFH, com a imposição de juros máximos de 12% ao ano. Os 20% restantes serão direcionados ao Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), cujas taxas seguirão as de mercado. O ministro das Cidades, Jader Filho, ressalta que a política tem como principal objetivo atender à faixa de renda que atualmente encontra barreiras no Acesso ao financiamento, ou seja, famílias que não se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida e que também não têm condições de arcar com empréstimos mais caros voltados para alta renda.
Implementação Gradual e Preparação para o Futuro
A implementação do novo sistema de crédito imobiliário ocorrerá de forma gradual. Prevê-se que o novo modelo passe por fases de teste até o final de 2026, com o objetivo de atingir seu pleno funcionamento em 2027. Essa abordagem escalonada visa evitar rupturas abruptas no mercado e garantir uma transição suave, permitindo ajustes e adaptações conforme necessário antes da consolidação completa do programa.
Fonte: Estadão