O vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Michael Barr, considera um erro as iniciativas da era Trump de flexibilizar as regras e a supervisão sobre os bancos de Wall Street. Segundo ele, as propostas de capital recentes ameaçam as proteções para os bancos menores.
Barr afirmou, em discurso preparado para uma conferência de pesquisa sobre bancos comunitários no Federal Reserve de St. Louis, que “como os banqueiros comunitários bem sabem, não foram os bancos comunitários que alimentaram a crise financeira de 2008 – foram as maiores e mais complexas empresas, cujo excesso de tomada de risco quase derrubou o sistema”. Ele acrescentou que, nos anos seguintes, “fortes reformas – capital mais alto, exigências de liquidez mais rigorosas e testes de estresse rigorosos – ajudaram a salvaguardar nossa economia”.
Propostas de Capital em Debate
As declarações de Barr surgem em um momento de intenso debate sobre as novas propostas de capital do Fed. Essas regras, que visam fortalecer a resiliência do sistema bancário após as falências de bancos regionais no início do ano, podem aumentar os Custos para algumas instituições, especialmente as de menor porte, que podem ter dificuldades em cumprir os novos requisitos de capital sem um planejamento adequado.
O Papel dos Bancos Comunitários
Barr destacou a importância dos bancos comunitários para a economia local, ressaltando que eles não foram os responsáveis pela crise de 2008. Ele argumentou que as reformas pós-crise, como o aumento do capital exigido e testes de estresse mais rigorosos, foram fundamentais para a estabilidade econômica. A preocupação agora é que as novas propostas, embora bem-intencionadas, possam desproporcionalmente impactar essas instituições menores, dificultando sua operação e competitividade em relação aos grandes bancos.
Impacto da Desregulamentação
O vice-presidente do Fed lembrou que a desregulamentação implementada durante a administração Trump flexibilizou a supervisão e as exigências para muitos bancos. Essa medida, segundo Barr, foi um retrocesso que aumentou os riscos sistêmicos. Ele enfatizou que o sistema bancário deve ser robusto o suficiente para suportar choques econômicos, e isso requer regulamentação adequada e supervisão constante, especialmente para as maiores instituições financeiras.
Fonte: Bloomberg
