A percepção de piora na economia brasileira nos últimos 12 meses diminuiu, com apenas 42% dos brasileiros considerando que o cenário econômico se deteriorou. Este é o menor índice registrado desde janeiro deste ano, apontou pesquisa da Quaest divulgada nesta quarta-feira (8). Em setembro, essa parcela era de 48%.

Os dados revelam uma mudança significativa na opinião pública:
- Piorou: 42% (redução de 6 pontos percentuais em relação a setembro)
- Ficou do mesmo jeito: 35% (aumento de 6 pontos percentuais)
- Melhorou: 21% (mantendo-se estável)
- Não souberam/Não responderam: 2%
A pesquisa, encomendada pela Genial Investimentos, ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de Outubro, com um nível de confiança de 95%. O resultado reflete um ambiente econômico que, embora ainda desafiador, começa a gerar um otimismo mais palpável entre a população.
Perspectivas Futuras: Otimismo Crescente
Olhando para o futuro, a expectativa em relação à economia nos próximos 12 meses também apresentou melhora. Mais brasileiros avaliam que a condição econômica do país irá melhorar, superando aqueles que preveem piora. Os números, que estavam em empate Técnico no levantamento anterior, agora indicam uma inclinação positiva:
- Melhorar: 43% (aumento de 3 pontos percentuais)
- Piorar: 35% (redução de 2 pontos percentuais)
- Ficar do mesmo jeito: 19% (mantendo-se estável)
- Não sabem/Não responderam: 3%
Essa melhora na expectativa futura pode ser influenciada por diversos fatores macroeconômicos, como o controle da inflação e projeções de taxa Selic mais baixas, embora o impacto dessas políticas na vida do cidadão ainda esteja em processo.
Poder de Compra e Preços: Desafios Persistentes
Apesar do otimismo crescente com o cenário geral, a percepção sobre o poder de compra e o preço dos alimentos ainda reflete desafios. A maior parte dos brasileiros (73%) considera que seu poder de compra em relação a um ano atrás está menor, enquanto apenas 15% sentem que está maior. Similarmente, 63% avaliam que os preços dos alimentos nos mercados subiram, com 21% indicando estabilidade e 15% percebendo queda.
Esses dados destacam a importância de políticas que visem a redução do custo de vida e o aumento da renda real das famílias.
Direção do País e Avaliação do Governo
Questionados sobre a direção do país, 56% dos entrevistados responderam que o Brasil está indo na direção errada, contra 36% que acreditam estar no caminho certo. Outros 8% não souberam ou não responderam.

Em relação ao Governo Lula, a aprovação voltou a empatar com a desaprovação após nove meses. Adicionalmente, 79% dos entrevistados se mostraram a favor da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma proposta que tem sido discutida no âmbito da reforma tributária e da política fiscal do governo. A pesquisa também abordou a recente interação entre o presidente Lula e Donald Trump na ONU, com 49% acreditando que Lula saiu mais forte do encontro, enquanto 27% opinaram o contrário.
Análise de Mercado e Indicadores
A melhora na percepção da economia pode ser um indicativo de que as políticas econômicas implementadas estão começando a surtir efeito, mesmo que de forma gradual. A queda na percepção de piora e o aumento da expectativa futura são sinais positivos que podem influenciar a Confiança dos consumidores e investidores. No entanto, a persistência de um poder de compra menor e a alta nos preços de alimentos indicam que a política econômica precisa continuar focada em soluções que impactem diretamente o bolso do cidadão. A discussão sobre a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, por exemplo, demonstra a sensibilidade da população a medidas que aliviem a carga tributária.
Fonte: G1