Anistia: Bolsonaristas marcham em Brasília por liberdade de condenados

Bolsonaristas, incluindo Michelle e Flávio Bolsonaro, marcham em Brasília exigindo anistia para condenados pelos atos de 8 de janeiro. Entenda o movimento.
anistia bolsonarista — foto ilustrativa anistia bolsonarista — foto ilustrativa

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em Brasília nesta terça-feira (7) para iniciar uma caminhada em defesa da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O grupo planeja seguir até o Congresso Nacional.

Entre os presentes estavam o pastor Silas Malafaia, o presidente do PL Valdemar Costa Neto, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro e Renato Bolsonaro. Manifestantes exibiam bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos, clamando por uma anistia “ampla e irrestrita”.

A pauta da anistia tornou-se central para o bolsonarismo. O próprio Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de Prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal), com outros sete réus recebendo penas entre 2 e 26 anos de reclusão.

No total, cerca de 1.200 pessoas foram condenadas pelo STF ou fecharam acordos com o Ministério Público após os eventos de 2023. Em agosto, 29 pessoas estavam em prisão preventiva, 112 em prisão definitiva e 44 em prisão domiciliar.

Manifestantes bolsonaristas em Brasília pedindo anistia.
Ato bolsonarista em Brasília pela anistia.

Contexto e Mobilização

O ato desta terça foi convocado pelo pastor Silas Malafaia, em contrapartida aos protestos de esquerda realizados em 21 de agosto em todo o país. Esses protestos contaram com a participação de artistas renomados e foram creditados por esfriar a movimentação pela anistia e sepultar a PEC da Blindagem.

As manifestações de esquerda, convocadas com pouca antecedência pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, reuniram movimentos como o MST e o MTST em diversas capitais.

Malafaia criticou a mobilização de esquerda, afirmando: “Nós não podemos deixar a esquerda com a última palavra naquela palhaçada de artista de misturar temas, certo? Para enganar o povo. Então, no mínimo, vamos fazer uma caminhada”. Ele esperava atrair pelo menos 5.000 pessoas.

Michelle Bolsonaro e Flávio Bolsonaro em ato pela anistia.
Michelle Bolsonaro e Flávio Bolsonaro presentes no ato.

O Caminho da Anistia no Congresso

A escolha de uma caminhada em dia de semana, em vez de um protesto de domingo, deveu-se à falta de tempo para articular um evento de grande porte. Malafaia expressou a expectativa de que o presidente da Câmara, Arthur Lira, pautasse a proposta de anistia ainda nesta semana.

Contudo, o projeto de lei relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP) com apoio de Lira trata da redução de penas, não de um perdão geral. Ao chegar ao ato, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, enfatizou a importância da pressão popular: “colocar o povo na rua” seria o caminho para aprovar a anistia.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) divulgou uma foto antiga de Lula usando uma camiseta com a inscrição “anistia”, buscando criar um paralelo histórico com a anistia pós-ditadura militar, contrastando com os pedidos atuais de anistia para os envolvidos em atos golpistas.

Silas Malafaia discursando em ato pela anistia em Brasília.
Pastor Silas Malafaia discursa em evento.

Essa manifestação segue uma linha de mobilização iniciada anteriormente. Em maio, os bolsonaristas já haviam organizado uma caminhada semelhante em Brasília, com a participação do próprio Bolsonaro. Uma estimativa do Monitor do Debate Político do Cebrap, baseada em imagens aéreas, indicou a presença de cerca de 4.000 pessoas no horário de pico daquele evento.

Fonte: Folha de S.Paulo

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