O Ibovespa registrou uma forte queda nesta terça-feira, influenciado pela alta nos juros futuros e pela aversão ao risco Internacional. A percepção de aumento do risco fiscal ganhou força com a desidratação da Medida Provisória (MP) 1.303, que buscava alternativas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Essa movimentação penalizou ações sensíveis à economia doméstica.
Ao final do pregão, o principal índice da bolsa brasileira fechou com perdas de 1,57%, atingindo 141.356 pontos, próximo à mínima do dia. As units do BTG Pactual se destacaram entre as maiores quedas entre as blue chips, registrando uma desvalorização de 3,34%. As ações da Vale também acompanharam o movimento negativo, com uma queda de 1,41%. Em contraste, a Petrobras apresentou desempenho positivo, com as ações ON subindo 0,12% e as PN avançando 0,36%, embora tenham operado de forma mista durante o pregão, indicando possível venda por investidores estrangeiros.
O volume financeiro negociado na B3 totalizou R$ 24,2 bilhões, com R$ 17,8 bilhões movimentados especificamente no Ibovespa. No cenário Internacional, os índices de Wall Street também fecharam em baixa: o Nasdaq recuou 0,67%, o S&P 500 cedeu 0,38%, e o Dow Jones teve uma queda de 0,20%.
Contexto da Medida Provisória e Risco Fiscal
A Reforma Tributária tem sido um ponto central nas discussões econômicas, e a MP 1.303 surge como uma tentativa de ajustar o arcabouço fiscal do país. A desidratação do texto, que incluía a tributação de instrumentos financeiros como alternativa ao IOF, gerou preocupação no mercado quanto à sustentabilidade das contas públicas. A manutenção da isenção de LCIs e LCAs, por outro lado, foi vista como um ponto positivo, mas não suficiente para compensar o receio com o risco fiscal ampliado.
Impacto nas Blue Chips e Indicadores
A desconfiança com a política fiscal do governo tende a afetar diretamente o comportamento das ações de empresas com forte ligação com a economia doméstica, como os bancos. A volatilidade observada nas ações da Petrobras também reflete um cenário de incerteza, onde investidores estrangeiros ajustam suas posições em busca de maior Segurança. A alta dos juros futuros, impulsionada por essas preocupações fiscais, encarece o crédito e pode desacelerar o crescimento econômico.
Análises de Mercado e Próximos Passos
Analistas de mercado alertam que a persistência do risco fiscal pode levar a uma maior pressão sobre o câmbio e a inflação, exigindo atenção redobrada do Banco Central. A expectativa é que novas sinalizações do governo ou deliberações sobre o arcabouço fiscal definam os próximos movimentos da bolsa. Observadores apontam que um ambiente de maior clareza fiscal seria essencial para atrair novamente o capital estrangeiro e reverter o quadro de queda.
Fonte: Valor Econômico