O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com críticas à possibilidade de os partidos PP e União Brasil punirem os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo) por permanecerem em seus cargos, desobedecendo a determinação de desembarque. Em Entrevista à TV Mirante, Lula classificou a atitude como uma “pequenez”.


“Se as coisas tão dando certo, por que mexer? Por que essa pequenez, sabe? De achar que atrapalhar um ministro que está fazendo um bom trabalho, deixar de ser ministro por quê? Por raiva, por inveja, por disputa política”, declarou o presidente. Lula enfatizou que não forçará a permanência de nenhum partido e que aqueles que quiserem sair terão que ter sorte, pois a “extrema-direita não voltará a governar” o Brasil.
Manobra para 2026: Partidos Exigem Saída de Ministros
No início de setembro, a federação formada por União Brasil e PP orientou seus filiados a deixarem cargos no governo federal, como parte de uma estratégia visando as eleições de 2026. Apesar da ordem partidária, tanto Fufuca quanto Sabino sinalizaram intenção de permanecer nos ministérios que comandam.

Fufuca, ministro do Esporte, já comunicou a Lula sua decisão de seguir no governo. Enquanto isso, Sabino, ministro do Turismo, enfrenta um processo disciplinar no União Brasil que pode culminar em sua Expulsão do partido, mesmo após ter anunciado sua intenção de deixar o posto. Dirigentes do União Brasil se reunirão para deliberar sobre o caso de Sabino.
Articulações e Pressões nos Bastidores
Celso Sabino antecipou seu retorno a Brasília, cancelando compromissos para negociar sua permanência no ministério. Fontes próximas ao ministro indicam que ele busca um acordo para seguir no cargo, possivelmente até a COP30. Parlamentares ligados a Sabino avaliam que a permanência no ministério o ajudaria a projetar uma eventual candidatura ao Senado em 2026, um objetivo semelhante ao de Fufuca.

No União Brasil, o relator do processo disciplinar contra Sabino deve propor a abertura de processo de Expulsão, mas com a possibilidade de adiamento, concedendo tempo para o ministro. No PP, uma alternativa para Fufuca seria a perda do comando da federação no Maranhão, com a cessão do posto para um membro do União Brasil. No entanto, a avaliação é que a falta de apoio de Lula poderia impactar negativamente suas aspirações políticas futuras.
Contexto Político e Disputas Partidárias
A resistência de Sabino e Fufuca gera turbulência nos bastidores da federação União Progressista. Divergências sobre a escolha do candidato à Presidência em 2026 intensificam a crise interna. O presidente Lula, por sua vez, expressa o desejo de que os ministros permaneçam no governo, mas descarta intervenção direta, considerando a questão como interna dos partidos.
Fonte: G1