O renomado bilionário Ray Dalio declarou que o ouro é um porto seguro “certamente” mais confiável que o dólar. Segundo o fundador da Bridgewater Associates, a atual ascensão Recorde do metal precioso remete à década de 1970, período marcado por alta inflação e instabilidade econômica, quando o ouro também se valorizou paralelamente às ações.
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Dalio fez essas afirmações durante uma conferência em Connecticut, ao ser questionado sobre a visão de Ken Griffin, da Citadel, de que a valorização do ouro refletia preocupações com a moeda americana. “O ouro é um excelente diversificador de portfólio”, destacou Dalio. “Portanto, se você analisar apenas a perspectiva da combinação de alocação estratégica de ativos, provavelmente teria como combinação ideal algo em torno de 15% do seu portfólio em ouro.”
Impacto do Dólar e Citações de Mercado
A paralisação do governo federal nos EUA e as especulações sobre a continuidade dos cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), mesmo com a inflação elevada, impulsionaram o preço do ouro em mais de 20% desde o final de julho, ultrapassando a marca de US$ 4.000 por onça troy. Em contrapartida, o dólar enfraqueceu globalmente este ano, impactado pela incerteza gerada pelo presidente Donald Trump, resultando na maior queda da moeda desde a década de 1970, logo após os EUA deixarem o padrão-ouro.
Dalio enfatizou que o ouro funciona como uma forte reserva de valor diante do aumento das dívidas governamentais, das crescentes tensões geopolíticas e da erosão da confiança na estabilidade das moedas nacionais.
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Bolha de IA e Perspectivas para a China
O bilionário demonstrou reservas quanto à recente alta expressiva do mercado de ações, alimentada pela euforia em torno da inteligência artificial (IA), com avaliações disparando. “Isso me parece algo superficial”, comentou Dalio, comparando a situação a bolhas especulativas do passado, como a era das pontocom. Ele traçou paralelos com o final da década de 1920 e o final da década de 1990, períodos de grande atividade de patentes e avanços tecnológicos que levaram a excessos especulativos.
Apesar das preocupações, Dalio reconhece oportunidades na IA, seja através de empresas que a utilizarão para gerar eficiências significativas ou daquelas que fornecerão as plataformas tecnológicas. Ele aconselha cautela ao apostar contra grandes empresas de tecnologia, afirmando: “Eu não gostaria de ficar vendido nas superescaladoras”.
Internacionalmente, Dalio mantém uma visão positiva sobre a China, embora reconheça os desafios e benefícios de investir no país, como a questão dos fluxos de capital. Ele observou que, apesar de a China ser relativamente barata, “há uma quantia maior” de investimentos sendo direcionados para os EUA.
Fonte: Valor Econômico