Investidores em ouro e bitcoin têm motivos para comemorar, com ambos os ativos alcançando máximas históricas recentemente. Nesta terça-feira (07), o ouro superou os 4 mil dólares por onça troy, enquanto o bitcoin atingiu um novo pico, rompendo a marca de 125 mil dólares no último domingo, antes de uma leve correção.
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O ano de 2025 tem sido excepcional para estas commodities. O ouro caminha para sua maior alta anual desde 1979, com uma valorização superior a 50% desde 1º de janeiro. Já o bitcoin, apesar de algumas quedas em um ano volátil, dobrou de valor em doze meses.
Fatores que impulsionam o Ouro como porto seguro
Tradicionalmente visto como um ativo de refúgio em tempos de incerteza, o ouro tem apresentado uma forte ascensão desde o fim de 2018, acumulando mais de 300% de valorização. A instabilidade global tem sido um motor significativo, incluindo as tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump, que geraram preocupações sobre a economia global, a sustentabilidade da dívida americana e o futuro do dólar como moeda de reserva mundial.
Ainda pesam no cenário geopolítico os conflitos na Ucrânia e em Gaza. A perda de confiança no iene japonês como ativo de refúgio também favoreceu o ouro, mesmo com a alta das ações japonesas após a eleição de Sanae Takaichi como Líder do LDP.
“A fraqueza do iene em decorrência das eleições do LDP deixou os investidores com um ativo de refúgio a menos, e o ouro soube capitalizar”, analisou Tim Waterer, analista-chefe de mercado da KCM Trade, à Reuters.
Na Europa, a renúncia do primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu aumentou a crise política e as incertezas econômicas na França, a segunda maior economia da União Europeia, com uma dívida pública de 115% do PIB, elevando temores sobre a estabilidade do euro.
A situação nos Estados Unidos, incluindo o shutdown do governo, adiciona uma camada de incerteza sobre a economia americana e seu potencial impacto no PIB, elevando a atratividade do ouro.
Demanda por ETFs e compra de Bancos Centrais impulsionam o Ouro
Especialistas apontam que a alta do ouro não se deve apenas às incertezas econômicas globais. Houve um aumento expressivo na demanda por Fundos de Investimento Negociados em Bolsa (ETFs) lastreados em ouro, atraindo investidores de diversos perfis.
“O fato de a demanda por ETFs ter voltado à cena com tanta força significa que existem duas formas ‘agressivas’ de procura por ouro: pelos bancos centrais e pelos investidores em ETFs”, destacaram analistas do Deutsche Bank em nota a clientes.
Bancos centrais são compradores tradicionais de ouro, mas a nova demanda por ETFs tem sido um grande impulsionador dos preços atuais. Dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) dos EUA revelam que fundos de hedge detêm um Recorde de 73 bilhões de dólares em ouro.
Bitcoin: Influência de Trump e fatores macroeconômicos
A recuperação espetacular do bitcoin tem sido fortemente influenciada pela reeleição de Donald Trump. Seu apoio declarado às criptomoedas estimulou a demanda e aumentou a confiança no setor.
Assim como o ouro, o bitcoin tem atraído mais investidores institucionais, consolidando-se como uma alternativa ao dólar e outros investimentos tradicionais. A expectativa de cortes nas taxas de juros também incentiva investidores a assumir mais riscos com este ativo.
As incertezas na economia dos EUA, como o shutdown governamental, também impulsionam a demanda por bitcoin. Geoffrey Kendrick, analista do Standard Chartered Bank, ressaltou em nota a investidores: “Este ano, o bitcoin foi negociado com ‘riscos do governo dos EUA’, como demonstra sua relação com o prêmio de prazo do Tesouro dos EUA”. Essa métrica reflete a confiança dos investidores na estabilidade econômica de longo prazo.
Outro fator relevante é o histórico do bitcoin em outubro, que tem sido um dos meses mais fortes para a moeda, com poucas quedas registradas desde 2013.
Tendências Futuras: Otimismo para Ouro e Bitcoin
Muitos analistas preveem a continuidade da valorização do ouro e do bitcoin, com projeções de novos recordes.
Kendrick estima que o bitcoin subirá durante o shutdown e pode atingir 135 mil dólares, impulsionado pelo favoritismo do governo Trump em relação às criptomoedas.
Quanto ao ouro, as perspectivas são igualmente positivas. O HSBC espera que os bancos centrais mantenham suas compras substanciais de ouro como proteção contra riscos geopolíticos.
O Conselho Mundial do Ouro corrobora essa visão, indicando em sua pesquisa anual que 95% dos gestores de reservas acreditam que as reservas globais de ouro dos bancos centrais aumentarão nos próximos 12 meses. Essa tendência, combinada com a crescente demanda por ETFs por fundos de hedge e investidores institucionais, sugere que a commodity continuará a se valorizar.
Fonte: G1
