Ibovespa recua com temor fiscal; MRVE3 despenca 10%

Ibovespa recua com receios fiscais após Haddad falar em tarifa zero no transporte público. MRVE3 despenca 10%. Dólar sobe. Entenda os impactos.
Ibovespa — foto ilustrativa Ibovespa — foto ilustrativa

O Ibovespa opera em queda nesta terça-feira (7), pressionado por receios fiscais após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre uma possível proposta de tarifa zero no transporte Público. A ação da MRV (MRVE3) despencou mais de 10% após a divulgação de sua prévia operacional do terceiro trimestre.

Fernando Haddad afirmou em entrevista que a proposta de tarifa zero no transporte público pode integrar a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026 e que um estudo Técnico sobre a viabilidade da medida está em andamento. Esses comentários reavivaram preocupações do mercado em relação a potenciais medidas eleitorais que possam impactar negativamente as contas públicas do país.

Impacto Fiscal e Reações do Mercado

As declarações de Haddad sobre a tarifa zero provocaram um aumento nas taxas dos contratos de DI, com alguns vencimentos subindo mais de 10 pontos-base. O dólar também avançou ante o real, enquanto o Ibovespa registrou perdas significativas, chegando a cair mais de 1%. No exterior, os índices de Wall Street apresentavam quedas mais moderadas, e o dólar apresentava valorização frente a outras moedas, o que também contribuiu para a performance negativa no Brasil.

MRV (MRVE3) Afunda Após Prévia do 3T25

As ações da MRV (MRVE3) registraram a maior queda do Ibovespa, despencando mais de 10% após a divulgação de sua prévia operacional do terceiro trimestre de 2025. O desempenho no período ficou aquém das expectativas, com itens não-recorrentes pesando sobre a receita. O banco Bradesco BBI apontou que, embora as principais operações no Brasil apresentem progresso no controle da queima de caixa, o impacto dos atrasos nas transferências de renda em programas estaduais pode ser um ponto de preocupação.

O Morgan Stanley também avaliou a prévia, indicando que as distorções contínuas obscurecem a visibilidade, e as ações devem permanecer em uma faixa de preço até que haja evidências de uma recuperação mais limpa e sustentável. A Classificação do banco é equal-weight, com preço-alvo de R$ 7.

Outros Destaques do Mercado

O Ibovespa, índice de referência da bolsa brasileira, operava com queda de 1,67%, aos 141.215,83 pontos, atingindo sua mínima diária em 141.035,06 pontos. O índice de Small Caps (SMLL) também sofria perdas expressivas, recuando 2,78%. Grandes bancos como BBAS3, BBDC4, ITUB4 e SANB11 seguiam com perdas consistentes.

No cenário Internacional, os índices em Nova York operavam mistos, com o mercado aguardando falas de autoridades do Federal Reserve e digerindo dados econômicos. A preocupação com a situação do mercado de trabalho nos Estados Unidos foi destacada em relatório do Federal Reserve de Nova York.

Cenário Político e Relações Internacionais

Em meio às movimentações de mercado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizaram uma reaproximação após uma conversa telefônica, com ambos concordando em se encontrar pessoalmente em breve. O ministro das Relações Exteriores, Geraldo Alckmin, comentou que os presidentes concordaram em se encontrar pessoalmente em breve, após um primeiro telefonema classificado como “Amistoso”. A política externa brasileira parece buscar virar a página de controvérsias recentes.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou a importância da conversa entre os líderes, avaliando o diálogo como um “avanço concreto”. A relação bilateral Brasil-EUA tem sido marcada por temas comerciais, com o Brasil buscando o fim de sanções e tarifas impostas pelo governo Trump.

Análise Macroeconômica e Perspectivas

Em um contexto macroeconômico, a XP revisou sua estimativa para o corte da Selic para maio, projetando o dólar a R$ 5,50 em 2026. O relatório aponta melhora na inflação, mas mantém a “Selic terminal” em 12%, destacando riscos fiscais e de desaceleração econômica no Brasil.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) reduziu sua previsão de crescimento do comércio global em 2026 para 0,5%, citando os impactos esperados das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump. Para 2025, a OMC elevou a previsão para 2,4%, impulsionada pela antecipação de importações para os EUA.

Análise do cenário econômico atual e suas implicações para o mercado.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou mudanças nas regras para a concessão de benefícios tarifários a usinas de geração renovável, visando reduzir descontos bilionários e cumprir determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A alteração visa garantir que apenas empreendimentos de até 300 MW de potência injetada tenham direito ao benefício tarifário.

Fonte: InfoMoney

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