Michelle Bolsonaro: O que ela pensa além da religião e família?

Descubra o que Michelle Bolsonaro pensa sobre economia, política externa e temas cruciais para o Brasil, para além de sua agenda religiosa e familiar. Análise.
Michelle Bolsonaro — foto ilustrativa Michelle Bolsonaro — foto ilustrativa

Com a iminência de Prisão e sem a possibilidade de anistia, Jair Bolsonaro enfrenta desafios para manter seu domicílio político e articula sua presença em 2026. Paralelamente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro emerge como uma figura central nas preferências do eleitorado bolsonarista, levantando questionamentos sobre suas propostas e visões para o país.

Até o momento, as declarações de Michelle têm se concentrado em temas como religião, família e a agenda tradicional do bolsonarismo, incluindo o antipetismo e a Defesa de políticas de segurança pública mais rigorosas. Suas falas frequentemente abordam sua percepção sobre o papel da mulher no lar, na sociedade e na política, chegando a mencionar a importância de uma “submissão saudável” aos maridos. O apelo religioso tem sido uma constante em seus discursos, conectando-se com uma parcela expressiva do público evangélico.

Desafios da Pré-Candidatura Presidencial

O cenário se torna intrigante quando pesquisas recentes apontam Michelle como uma potencial candidata à presidência em 2026, especialmente diante da inviabilidade eleitoral de Jair Bolsonaro. Um levantamento do Instituto Gerp indicou que Michelle seria competitiva contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e se destaca como a preferida entre os eleitores de Bolsonaro, superando nomes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e os filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro. Michelle tem afirmado que só concorrerá se sentir um “chamado divino”.

Com o primeiro turno das eleições presidenciais de 2026 se aproximando, é crucial que os eleitores e analistas busquem compreender as propostas de Michelle para além de seus temas de conforto. A Falta de aprofundamento em questões econômicas e sociais pode ser um indicativo de sua real capacidade de governança, ou uma estratégia calculada para evitar exposição prévia.

Propostas Econômicas e de Política Externa

Questões fundamentais para a nação, como inflação, taxa de juros, geração de empregos, tributação e a necessidade de reformas administrativas e previdenciárias, permanecem sem respostas claras de Michelle Bolsonaro. Interrogações sobre como melhorar a saúde e a educação públicas, e qual seria a posição do Brasil na geopolítica global, especialmente na disputa entre China e Estados Unidos, também pairam no ar. Suas críticas recentes ao governo Lula, atribuindo a ele a culpa pelo “tarifaço” americano contra produtos brasileiros, em entrevistas a veículos estrangeiros, não são suficientes para definir seu posicionamento em política externa.

Lições da História Política Argentina

A ausência de respostas aprofundadas sobre temas centrais para o país pode representar um grave problema para os eleitores, lembrando experiências frustradas em países vizinhos. A Argentina, por exemplo, já viu duas ex-primeiras-damas assumirem a presidência com gestões controversas. Isabelita Perón, nos anos 70, tornou-se uma figura manipulada em um período turbulento. Mais recentemente, Cristina Kirchner, eleita em 2007 em uma estratégia de seu marido, Néstor Kirchner, enfrentou um segundo mandato enfraquecido e mais autoritário após a morte dele em 2010.

A escolha de quem ocupará a presidência da República não deve ser deixada ao acaso ou entregue apenas a supostos desígnios divinos, mas sim baseada em propostas sólidas e capacidade de gestão.

Fonte: Estadão

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade