Seguro Rural: Governo planeja reforma e lança novo modelo em 2026

O governo federal planeja reformular o modelo de subvenção do seguro rural no Brasil até o fim do primeiro semestre de 2026. A iniciativa, anunciada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, visa adequar o programa às crescentes mudanças climáticas que afetam o agronegócio.

Novo Modelo de Seguro Rural

O ministro Carlos Fávaro explicou que as discussões com os Ministérios da Fazenda e do Planejamento já estão em andamento para ajustar o modelo atual. “Vamos deixar esse legado. Quero crer que, no final deste ano ou no primeiro semestre do ano que vem, teremos um novo modelo de seguro rural no Brasil“, afirmou Fávaro durante o Fórum de Buenos Aires, do IDP.

Diferente do modelo americano, que foca em alta subvenção ao prêmio do seguro, o Brasil pretende priorizar a subvenção às taxas de juros. Uma das propostas em estudo é tornar o seguro rural obrigatório para produtores que buscam empréstimos oficiais, buscando universalizar o Acesso.

Impacto das Mudanças Climáticas e Baixa Penetração

Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), destacou o impacto do congelamento de quase metade do Orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) neste ano e a baixa penetração do seguro no país. Ele ressaltou que, globalmente, programas de seguro rural são subvencionados por governos e voltados para pequenos e médios produtores, algo que o programa brasileiro já faz, cobrindo mais de 95% desse público.

Oliveira alertou que, entre 2022 e 2024, metade das perdas ligadas a desastres climáticos afetaram o agronegócio. “Esse número não pode passar despercebido, ainda mais com a perspectiva de que o cenário não irá melhorar.” A área segurada, que chegou a 13,7 milhões de hectares em 2021, recuou drasticamente para 6,1 milhões em 2023 e, em 2025, o dado parcial aponta para apenas 2,2 milhões de hectares cobertos.

Desafios e Oportunidades para o Setor

Os eventos climáticos extremos impõem desafios não apenas aos Custos, mas também à modelagem, precificação e análise de risco no setor segurador. Segundo Oliveira, o modelo tradicional de seguro, baseado em avaliações históricas, torna-se cada vez menos eficaz diante da imprevisibilidade de eventos climáticos futuros.

A reforma proposta visa não apenas aumentar a cobertura e a resiliência do setor produtivo diante de catástrofes naturais, mas também garantir a sustentabilidade financeira do programa de subvenção. A universalização do seguro, aliada a um modelo de subvenção mais robusto e adaptado às novas realidades climáticas, é vista como essencial para a segurança do agronegócio brasileiro.

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Fonte: Valor Econômico