Dólar sobe e Ibovespa recua com atenção a Fed e balanços

Dólar sobe e Ibovespa recua com mercado atento a discursos do Fed. Indicadores de inflação e produção industrial no Brasil e paralisação nos EUA influenciam mercados.
Dólar e Ibovespa — foto ilustrativa Dólar e Ibovespa — foto ilustrativa

O dólar iniciou o dia em queda, mas reverteu o movimento e passou a operar em alta nesta sexta-feira (7). Por volta das 10h15, a moeda americana avançava 0,19%, cotada a R$ 5,3575. Paralelamente, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrava um leve recuo de 0,07%, aos 153.226 pontos.

O Mercado financeiro opera em compasso de espera, com investidores atentos aos discursos de membros do Federal Reserve (Fed) e aos resultados corporativos que continuam a influenciar o desempenho da bolsa brasileira. No cenário doméstico, a agenda econômica inclui a divulgação de dados de preços e indústria, enquanto o presidente Lula participa de reuniões focadas na COP 30 em Belém.

Nos Estados Unidos, a expectativa é por pronunciamentos de dirigentes do Fed ao longo do dia. O objetivo é captar sinais sobre a postura do comitê de política monetária em relação a possíveis novos cortes de juros na reunião de dezembro.

O Ibovespa tende a ser impactado pela temporada de balanços, com destaque para a Petrobras. A estatal divulgou Lucro líquido de US$ 6,03 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 2,7% em comparação com o mesmo período de 2024. Além disso, a empresa anunciou o pagamento de R$ 12,2 bilhões em dividendos, o que equivale a R$ 0,94 por ação.

Contexto Econômico Brasileiro

A agenda econômica brasileira desta sexta-feira contou com a divulgação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de outubro. O indicador registrou uma queda de 0,03%, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Este resultado ficou abaixo da alta de 0,36% observada em setembro e da deflação de 0,22% esperada por analistas consultados pela Reuters.

Com o desempenho de outubro, o IGP-DI acumula uma queda de 1,31% no ano e uma alta de 0,73% em 12 meses. Segundo o economista Matheus Dias, do FGV Ibre, a redução nos preços de produtos agropecuários e de energia foram os principais fatores para o resultado.

“No IPA, destacou-se a queda generalizada de produtos agropecuários com peso significativo na estrutura do índice, como café em grão, trigo em grão, soja em grão e leite in natura”, afirmou.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) caiu 0,13% em outubro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) subiu 0,14%, desacelerando em relação à alta de 0,65% em setembro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) avançou 0,30%.

Indicadores de Produção Industrial

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação dos preços de produtos na saída das fábricas, caiu 0,25% em setembro na comparação com agosto. Esta foi a oitava queda consecutiva do indicador, segundo dados divulgados pelo IBGE.

No acumulado do ano, o IPP registra retração de 3,87%. Em 12 meses, a queda é de 0,40%. As principais reduções de preços ocorreram nos setores de alimentos e produtos químicos.

O item “outros produtos químicos” apresentou queda de 1,75%, enquanto os alimentos tiveram impacto de -0,10 ponto percentual no índice geral. Murilo Alvim, gerente do IPP, apontou que a valorização do câmbio e a menor demanda interna influenciaram os resultados.

“A retração nos fertilizantes e seus insumos refletiu a fraqueza da demanda no mercado interno, já que parte significativa destinada à próxima safra já foi adquirida pelos produtores agrícolas”, afirmou.

Os preços dos bens de capital caíram 0,45%, os bens intermediários recuaram 0,60%, enquanto os bens de consumo registraram alta de 0,29% no mês.

Impacto da Paralisação nos EUA

A paralisação do Governo americano atingiu seu 38º dia, com negociações avançando lentamente no Congresso. Líderes republicanos apresentaram um projeto revisado que visa encerrar o impasse, prevendo financiamento parcial para agências.

O shutdown já afetou a assistência alimentar (SNAP) para milhões de pessoas e impacta funcionários federais. Milhões de passageiros enfrentaram atrasos em voos, e o Escritório de Orçamento do Congresso estima perdas econômicas significativas se o impasse se prolongar.

Um juiz federal determinou a liberação integral dos recursos do SNAP para novembro, criticando a ação do Departamento de Agricultura. O programa é crucial para a economia, injetando mais de US$ 8 bilhões por mês.

Mercados Globais em Cautela

Na quinta-feira (7), os mercados de Wall Street fecharam em queda, pressionados por preocupações com grandes empresas de tecnologia. A análise da Suprema Corte sobre tarifas comerciais impostas por Donald Trump também gerou atenção.

Os principais índices americanos registraram perdas: o S&P 500 recuou 1,09%, o Nasdaq caiu 1,90% e o Dow Jones perdeu 0,84%.

Nesta sexta-feira, os mercados europeus também caminham para encerrar a semana em baixa. A volatilidade em torno dos preços das ações de tecnologia, a paralisação do governo dos EUA e declarações de autoridades do Federal Reserve contribuem para um clima de cautela.

Os mercados asiáticos fecharam em baixa, apesar de acumularem ganhos modestos na semana. A correção se intensificou em mercados mais expostos à alta recente das ações de inteligência artificial. Houve avanços nas negociações comerciais entre China e EUA.

*Com informações da agência de notícias Reuters.

Fonte: G1

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade