A caderneta de poupança registrou uma expressiva saída líquida de R$ 9,652 bilhões em outubro, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC). Este cenário de desconfiança segue a tendência de setembro, quando a captação líquida já havia sido negativa em R$ 15,011 bilhões.
Desempenho da Poupança em Outubro
Em outubro, os brasileiros depositaram R$ 351,922 bilhões na poupança, mas retiraram um volume ainda maior: R$ 361,574 bilhões. O rendimento gerado pela modalidade no período somou R$ 6,441 bilhões, elevando o saldo total da caderneta para R$ 1,007 trilhão. Comparativamente, em outubro do ano anterior, a poupança já havia apresentado uma saída líquida, mas de menor magnitude, totalizando R$ 6,256 bilhões.
Impacto nos Segmentos da Poupança
O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) foi o principal afetado, com uma saída líquida de R$ 6,883 bilhões em setembro. A poupança rural também contribuiu para o saldo negativo, com R$ 2,769 bilhões retirados no mesmo mês. Esses dados refletem uma cautela crescente por parte dos investidores em relação à rentabilidade da poupança.
Saldo Acumulado e Tendências Econômicas
No acumulado de 2025, de janeiro a outubro, a poupança acumula uma saída líquida de R$ 88,121 bilhões. Este valor já supera significativamente a saída registrada em todo o ano de 2024, que foi de R$ 15,467 bilhões. Essa sangria contínua na poupança sugere uma busca por investimentos com maior potencial de retorno, impulsionada por um cenário macroeconômico que exige análise detalhada.
Analistas apontam que a persistente saída da poupança pode estar ligada a fatores como a busca por alternativas de investimento com rentabilidade superior, especialmente em um contexto de mudanças nas taxas de juros e inflação. A taxa Selic, principal termômetro da economia, tem influenciado diretamente as decisões dos investidores.
Cenário Econômico e Próximos Passos
A migração de recursos da poupança para outros ativos financeiros é um indicador importante do comportamento do consumidor e do investidor. Acompanhar a evolução desses números é crucial para entender as expectativas de Mercado e as projeções para o futuro da economia brasileira. A decisão do COPOM sobre a taxa Selic futura e as políticas monetárias do Banco Central serão determinantes.
Fonte: Valor Econômico