O Tesouro Nacional confirmou a captação de US$ 2,25 bilhões nesta quinta-feira com a emissão de títulos sustentáveis em dólares no mercado Internacional. A operação incluiu um novo título com vencimento em 2033 e uma reabertura de oferta com prazo de dez anos, que vence em 2035.
Detalhes da Emissão Global 2033 Sustentável
O título Global 2033 Sustentável foi emitido no montante de US$ 1,5 bilhão. O cupom de juros fixado foi de 5,500% ao ano, com o papel emitido a 98,515% do valor de face. Isso resulta em uma taxa de retorno para o investidor de 5,75% ao ano, um spread de 187,4 pontos-base acima da Treasury norte-americana de referência.
Esta terceira emissão de títulos soberanos sustentáveis destina os recursos captados entre projetos de natureza ambiental e social. De acordo com o intervalo definido, entre 50% e 60% do montante será alocado a iniciativas ambientais, enquanto a parcela voltada a programas de impacto social ficará entre 40% e 50%.
Reabertura do Título Global 2035
O bônus da República Global 2035 teve seu volume ampliado em US$ 750 milhões, representando um aumento de 30% sobre a emissão original. Somadas à primeira reabertura, as emissões totais deste título agora totalizam US$ 4,5 bilhões em circulação.
Este título possui um cupom de juros de 6,625% ao ano. A emissão foi realizada ao preço de 102,967% do valor de face, resultando em uma taxa de retorno para o investidor de 6,200% ao ano. Esse valor corresponde a um spread de 210,9 pontos-base acima da Treasury de referência.
Forte Demanda e Participação Estratégica
De acordo com o Tesouro Nacional, a emissão atraiu interesse significativo de investidores, com um pico de mais de 150 participantes no livro de ofertas. A demanda superou em cerca de três vezes o volume emitido, com o livro de ordens atingindo aproximadamente US$ 6,7 bilhões em seu pico.
A alocação final contou com expressiva participação de investidores não residentes e de contas ESG. Cerca de 74% dos recursos captados foram provenientes da Europa e da América do Norte. Essa emissão reforça o importante papel da dívida externa para o alongamento do prazo médio da dívida, diversificação e ampliação da base de investidores.
O Tesouro afirma que a operação corrobora o papel da Dívida Pública Federal externa no estabelecimento de benchmarks líquidos e na curva de juros soberana, servindo como referência para futuras emissões de empresas brasileiras no exterior.
A emissão também contribui para a redução do custo de financiamento e fortalece pontos estratégicos da curva de juros, frequentemente utilizados como referência por emissores corporativos. A liquidação financeira ocorrerá em 14 de novembro de 2025.
Fonte: Valor Econômico