Em meio a uma grave crise financeira e sob um novo comando, os Correios anunciaram a Substituição de três diretores de áreas estratégicas da empresa. As mudanças foram comunicadas aos funcionários nesta quarta-feira (5), com o objetivo declarado de fortalecer a estatal e dar continuidade ao processo de reestruturação.

Segundo a empresa, os novos diretores foram selecionados com base em suas experiências comprovadas e alinhamento com os princípios de governança e transparência da atual administração. A nova composição da Diretoria busca representar os valores do novo rumo da empresa, impulsionando as ações de reestruturação em curso.
Crise Financeira e Necessidade de Socorro
Os Correios registraram um prejuízo expressivo de R$ 4,37 bilhões nos primeiros dois trimestres de 2025, acumulando perdas que se intensificaram desde 2022, sob a gestão atual. Diante desse cenário, o governo federal está buscando um empréstimo de R$ 20 bilhões junto ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e instituições privadas para socorrer a estatal. Essa operação, que deve contar com garantias da União, está condicionada à implementação de medidas de saneamento da gestão.
Mudanças nas Principais Diretorias
As substituições ocorreram em três das seis diretorias da empresa, excluindo a presidência: Governança e Estratégia, Gestão de Pessoas e Operações. Conforme antecipado por veículos de imprensa em outubro, os diretores de Gestão de Pessoas, Getúlio Marques Ferreira, e de Governança e Estratégia, Juliana Picoli Agatte, foram desligados. Eles eram ligados ao PT e integraram administrações petistas anteriores. Natália Telles da Motta, ex-diretora da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), assume a Diretoria de Governança e Estratégia, enquanto Luiz Claudio Ligabue, servidor do Banco do Brasil, passa a gerir a área de Gestão de Pessoas.

Novo Presidente e Gestão Técnica
O diretor de Operações, Sérgio Kennedy Soares Freitas, indicado pelo Podemos, também deixou o cargo. Em seu lugar, assume José Marco Gomes, que já foi superintendente dos Correios em São Paulo durante o governo de Jair Bolsonaro. Essas mudanças foram impulsionadas pelo novo presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, que assumiu em setembro, após a renúncia de Fabiano Silva dos Santos. Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, declarou em coletiva de imprensa que sua missão é estabelecer uma gestão técnica na empresa.
“Eu estou olhando currículos que passam por avaliações técnicas, eu estou olhando todo o rito nesse sentido”, afirmou Rondon. Ao ser questionado sobre a exoneração de indicados por partidos do Centrão, ele negou conversas para indicações partidárias, enfatizando que as nomeações se baseiam em currículo, competência e histórico para garantir a sustentabilidade da empresa.
Fonte: Estadão