STF: Zanin ordena investigação de vazamentos na apuração de venda de decisões

Ministro Cristiano Zanin, do STF, ordena investigação da PF sobre vazamentos na Operação Sisamnes, que apura venda de decisões no STJ.
venda de decisões no STJ — foto ilustrativa venda de decisões no STJ — foto ilustrativa

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) investigue o vazamento de informações sigilosas relacionadas à Operação Sisamnes. Esta operação apura um suposto esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Investigação sobre Vazamentos na PF

A apuração, iniciada em 17 de outubro, visa identificar se houve comprometimento da investigação principal devido ao vazamento de dados. Um ponto crucial é determinar se integrantes da própria PF contribuíram para essa prática, o que configuraria crime de violação de sigilo funcional. As suspeitas recaem sobre um relatório parcial da Sisamnes, elaborado em outubro sem o consenso de todos os investigadores, cujos dados teriam sido subsequentemente vazados por policiais que deixariam a operação.

Impacto dos Vazamentos nas Investigações

O caso gerou preocupação no STF por dois motivos principais. Primeiro, os vazamentos teriam alertado potenciais alvos e seus associados, levantando a suspeita de que provas podem ter sido eliminadas antes de operações de busca e apreensão. Segundo, o relatório parcial continha trechos genéricos, citando pessoas e empresas sem indícios concretos de participação no esquema de venda de decisões, por se tratar de uma investigação ainda em andamento. A divulgação dessas informações sigilosas estaria retardando o andamento do inquérito e dificultando a determinação sobre o envolvimento de ministros do STJ, ou se o caso se restringe a lobistas e pessoas ligadas aos gabinetes dos magistrados. Até o momento, não há provas de participação de ministros do tribunal superior.

Posição da PGR e Medidas Anteriores

A Procuradoria-Geral da República (PGR) também expressou ressalvas sobre partes do relatório parcial, considerando-as pouco esclarecedoras. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou a Cristiano Zanin que é “recomendável” que a PF “delimite com clareza os pontos da investigação que ainda demandam produção adicional de provas”. Gonet observou a ausência da íntegra de dados extraídos de equipamentos apreendidos e questionou suspeitas sobre mensagens codificadas e a participação de uma empresa de gestão patrimonial. Contudo, o PGR reconheceu a existência de indícios de atuação de servidores, advogados e lobistas no STJ e solicitou a prorrogação das investigações. A abertura deste novo inquérito para apurar vazamentos não é a primeira medida de Zanin; anteriormente, um assessor da PGR foi alvo de busca e apreensão sob suspeita de vazar informações sigilosas a investigados no Tocantins.

Operação da Polícia Federal em andamento.
Investigação sobre venda de decisões no STJ avança com apuração de vazamentos.

Fonte: Valor Econômico

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