Lula critica ‘matança’ no RJ e busca blindagem política contra responsabilização

Presidente Lula critica operação policial no Rio chamando-a de ‘matança’. Busca blindagem política e pede investigação sobre as condições da ação.
Lula ação RJ matança — foto ilustrativa Lula ação RJ matança — foto ilustrativa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua posição sobre a operação Contenção, que resultou em 121 mortos no Rio de Janeiro, ao classificá-la como uma “matança”. A estratégia, segundo aliados, visa registrar sua opinião para o futuro, evitando responsabilidade política por omissão e demarcando que o governo federal não aceita violações de direitos humanos, mesmo em ações de repressão populares.

Aliados próximos revelam que a demora na declaração pública foi intencional, evitando uma disputa midiática com a gestão de Cláudio Castro. No entanto, o presidente sentiu a necessidade de expressar sua visão após os primeiros dias da operação, a mais letal da história do país.

Operação Contenção: Análise do Presidente Lula

“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, afirmou Lula em Entrevista a agências internacionais em Belém.

O presidente enfatizou que “houve uma matança” e que “é importante investigar em que condições ocorreu”. A escolha de falar com a imprensa Internacional teve o objetivo de atingir o público externo, visto que a operação foi majoritariamente retratada de forma negativa pela mídia estrangeira.

Enquanto a operação pode gerar ganhos de popularidade para Cláudio Castro no curto prazo, assessores de Lula traçam um paralelo com o massacre do Carandiru, que marcou negativamente o Governo Fleury. A fala de Lula se baseia na comparação com outras operações de combate ao crime organizado.

Comparativo: Operação na Bahia vs. Operação Contenção no Rio

Um exemplo citado por assessores de Lula é a Operação Freedom, deflagrada pela Polícia Civil da Bahia (governada pelo PT) no mesmo dia. A ação visava desarticular o núcleo armado e financeiro do Comando Vermelho, a mesma facção alvo da operação no Rio. Na Bahia, a operação resultou na prisão de 38 pessoas e na morte de um único suspeito. Foram cumpridos 46 mandados de busca e apreensão e houve o bloqueio de 51 contas bancárias.

Em contraste, na Operação Contenção, foram detidas 99 pessoas e apreendidos 96 fuzis, 25 pistolas e um revólver. No Planalto, a avaliação é que ambas as operações foram contra a mesma facção e cumpriram mandados judiciais, mas com índices de letalidade drasticamente diferentes. O argumento é que o número de mortos na operação do Rio precisa ser investigado, e que a ação na Bahia demonstra a possibilidade de combater o crime organizado com respeito ao Estado Democrático de Direito.

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Repercussão e Investigações Futuras

Assessores do presidente lembram que ministros como Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos) já haviam criticado a operação. Um endosso à operação do Rio ou um silêncio prolongado poderiam ser lidos como oportunismo político. A defesa de investigações e de ações policiais focadas em inteligência apresentam um contraponto positivo.

Lula declarou em Belém que o governo federal já está “tentando (fazer) essa investigação” e busca a participação de legistas da Polícia Federal. “A decisão do juiz era uma ordem de prisão. Não tinha ordem de matança e houve uma matança. É importante a gente verificar em que condições ela se deu”, ressaltou o presidente.

No entanto, o governo de Cláudio Castro dispensou o auxílio de peritos da Polícia Federal para analisar os corpos dos mortos durante a operação. Juridicamente, uma investigação federal sobre as mortes só seria possível mediante determinação judicial, a pedido do Ministério Público ou da Defensoria do Rio.

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Fonte: InfoMoney

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