CSN e CSN Mineração: Ações em Queda Apesar de Resultados Fortes

As ações da CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) registraram quedas significativas na bolsa nesta quinta-feira (5), mesmo após a divulgação de resultados trimestrais que superaram as expectativas de Mercado. CSNA3 fechou em baixa de 4,60%, a R$ 8,71, enquanto CMIN3 caiu 0,17%, a R$ 5,96.

O JPMorgan apontou que, embora ambas as companhias tenham excedido as estimativas, o fluxo de caixa livre negativo permanece como um ponto de atenção, justificando uma visão neutra sobre os resultados.

O Bradesco BBI observou que o EBITDA acima do esperado e o forte desempenho operacional da CSN foram ofuscados pela persistente fraqueza na geração de caixa. Para a CSN Mineração, o banco antecipava uma reação ligeiramente positiva, considerando os bons resultados operacionais e o anúncio de dividendos.

EBITDA da CSN Supera Estimativas, Mas Caixa Preocupa

O Goldman Sachs destacou que o EBITDA da CSN, R$ 3,3 bilhões, superou em 7% suas estimativas e em 13% o consenso da Visible Alpha. Esse resultado foi impulsionado principalmente pela CSN Mineração (CMIN3), que registrou EBITDA de R$ 2,0 bilhões, superando as projeções em 23% e 35%, respectivamente. No entanto, os resultados do segmento de aço foram mais fracos.

O consumo de caixa livre da CSN diminuiu para R$ 1 bilhão, ante R$ 1,5 bilhão no 2T25. O Goldman Sachs avalia que, embora o preço do aço possa trazer benefícios, o ciclo de alta do minério de ferro pode ter atingido o pico. A alta alavancagem e as elevadas necessidades de investimento (capex) mantêm o balanço sob pressão, gerando cautela no banco.

A Monte Bravo também observou resultados melhores que o esperado, mas ressaltou as dificuldades da companhia em acelerar a geração de caixa, o que é preocupante em um cenário de Selic elevada e estrutura de capital desequilibrada.

Para a XP Investimentos, a alavancagem continua sendo uma preocupação para a geração de fluxo de caixa (FCF). A perspectiva estruturalmente cautelosa em relação aos preços do minério de ferro e a alta alavancagem da CSN limitam a margem de segurança diante das elevadas taxas de juros.

CSN Mineração: Lucro em Foco e Fluxo de Caixa Acima do Esperado

O Morgan Stanley destacou que o EBITDA ajustado da CSN Mineração, R$ 1,988 bilhão, ficou 39% acima do consenso da Visible Alpha. O desempenho superior foi impulsionado por receitas significativamente maiores.

O Lucro por ação normalizado, contudo, ficou abaixo do consenso. O Morgan Stanley atribui isso a maiores perdas líquidas monetárias e cambiais, e uma alíquota efetiva de imposto acima do esperado. O banco observou que o fluxo de caixa operacional superou amplamente as expectativas, explicado por adiantamentos de clientes relacionados ao minério de ferro.

O Itaú BBA comentou que os resultados melhoraram sequencialmente, com preços realizados mais altos e volumes robustos. A posição de caixa líquida, no entanto, caiu devido ao pagamento de dividendos.

A Monte Bravo aponta que a operação de mineração teve forte volume de vendas e bom desempenho em seu custo caixa, contribuindo para um bom EBITDA. Ainda assim, a geração de caixa da companhia permaneceu ligeiramente negativa.

Recomendações de Mercado para CSN e CSN Mineração

A Monte Bravo manteve recomendação neutra para CSN (CSNA3) com preço-alvo de R$ 12,50, e reiterou venda para CSN mineração (CMIN3), com preço-alvo de R$ 5,75.

O Goldman Sachs manteve recomendação de venda para ambas, CSNA3 com preço-alvo de R$ 7,50 e CMIN3 com R$ 5. O JPMorgan reiterou Classificação neutra para CSN, com preço-alvo de R$ 8,50, e recomendação de venda para a mineradora.

O Morgan Stanley manteve recomendação de venda para CSN Mineração, com preço-alvo de R$ 4,50. O BBA reiterou Classificação neutra e preço-alvo de R$ 6,50 para a mineradora.

Fonte: InfoMoney