O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestará solidariedade regional à Venezuela em meio a ameaças do Governo dos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em Entrevista concedida em Belém nesta quarta-feira (5).
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Posicionamento do Brasil na Celac-UE
Vieira detalhou que a postura do Brasil busca reafirmar a posição histórica da política externa brasileira, que considera a América Latina e, especialmente, a América do Sul, como regiões de paz e cooperação. “É um apoio, é uma solidariedade regional à Venezuela, tendo em vista que o presidente repetidamente já disse, e é a posição da nossa política externa, de que a América Latina e, sobretudo, a América do Sul, onde nós estamos, é uma região de paz e cooperação”, declarou o ministro.
Lula tem participação marcada na cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE), que ocorrerá no domingo (9). Nesse contexto, a diplomacia brasileira pretende reforçar o diálogo e a estabilidade na região.
Preocupação com escalada de tensões
Já na terça-feira (4), o próprio presidente Lula havia expressado preocupação com as recentes investidas do governo de Donald Trump contra o regime de Nicolás Maduro. Em Entrevista a agências internacionais, o mandatário brasileiro ressaltou a importância da América Latina como uma zona de paz e livre de proliferação de armas nucleares.
“Tive a oportunidade de conversar com Trump sobre esse assunto, dizendo para ele que a América Latina é uma zona de paz. Aqui não proliferaram armas nucleares. No caso do Brasil, é constitucional e eu tenho orgulho de ser constituinte e ter votado para que não houvesse proliferação de armas atômicas e nucleares aqui no Brasil”, afirmou o presidente.
Troca de acusações entre EUA e Venezuela
A tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela se intensificou com uma troca de ameaças após ataques militares norte-americanos a embarcações na região caribenha. Washington alega que as ações visam combater o narcotráfico e aumentou sua presença militar na área.
O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a afirmar que o regime de Maduro está com os “dias contados” e não descartou a possibilidade de ações terrestres. Por outro lado, o governo venezuelano acusa os americanos de tentarem desestabilizar o regime, com suspeitas de envolvimento da CIA, e acusa Trump de “fabricar” uma nova guerra na região.
A postura do Brasil, sob a liderança de Lula, busca manter o princípio de não intervenção e defender a estabilidade e a cooperação entre os países latino-americanos, em contraste com as ações e retóricas mais agressivas dos Estados Unidos.
Fonte: G1
