Lucas Bove vira réu por violência doméstica contra ex-mulher

O deputado estadual Lucas Bove (PL-SP) tornou-se réu na Justiça após o Ministério Público de São Paulo denunciá-lo por perseguição, violência psicológica e física contra a ex-mulher, a influenciadora Cíntia Chagas. Foi solicitado o pedido de prisão preventiva por descumprimento de medidas cautelares, mas a Justiça aceitou as denúncias, negando a prisão.

O juiz considerou a gravidade das condutas e o desrespeito à autoridade judicial, mas avaliou que a Prisão preventiva não seria a medida mais adequada, necessária e proporcional neste momento. Bove foi denunciado pelo descumprimento de medidas protetivas e multado em R$ 50 mil, valor já fixado anteriormente, com o objetivo de garantir o cumprimento das medidas e coibir condutas reiteradas.

O magistrado citou a realização de uma transmissão ao vivo comentando o caso e publicações reiteradas após o pedido de prisão. A Defesa do deputado alegou a inocência dele e a mendacidade das acusações, indicando que as provas demonstrarão sua inocência. Também mencionou que a mesma acusadora teria incriminado falsamente um ex-companheiro anteriormente, que foi inocentado e indenizado.

Em resposta, a influenciadora afirmou que Bove acusou a delegada de negligência, o Ministério Público de ser “militante feminista” e ela de mentirosa, acrescentando que ele elege um “novo algoz” a cada decisão desfavorável. Ela declarou que continua acreditando na Justiça.

Apoio e Marco na Lei Maria da Penha

A advogada da Influenciadora, Gabriela Manssur, celebrou a decisão, considerando-a um passo fundamental no combate à impunidade e um marco na aplicação da Lei Maria da Penha, incluindo a violência praticada por meios digitais e institucionais. Ela ressaltou que, após um ano e três meses, a Justiça prevaleceu, descrevendo o período como de dor e coragem para enfrentar não apenas as violências, mas também o silenciamento, a descredibilização, perseguições, calúnias e ameaças veladas.

Relembre o caso

Cíntia Chagas prestou depoimento à Polícia Civil em setembro do ano passado, relatando abusos durante a relação de pouco mais de dois anos com o deputado. Segundo a influenciadora, os episódios iniciaram com ciúmes intensos, evoluindo para ataques verbais e físicos. Ela afirmou que Bove a humilhava com xingamentos e que a agredia fisicamente, chegando a arremessar uma faca contra ela, que atingiu sua perna.

Após a denúncia inicial, a 3ª Delegacia de Defesa da Mulher instaurou inquérito e solicitou medida protetiva para Cíntia, concedida pela Justiça. A delegada ofereceu denúncia por violência psicológica e perseguição, mas não por violência física, alegando Falta de provas. A defesa da vítima criticou essa omissão, argumentando que a violência física estava comprovada nos autos. Em sua denúncia, o Ministério Público incluiu o crime de violência física.

Pelas redes sociais, Cíntia comentou a decisão da promotoria: “Para quem duvidou: lesão corporal. Hoje, durmo aliviada. Sigo acreditando na Justiça.”