Lula e ‘matança’ no Rio: CPI do Crime Organizado em foco

Lula comenta ‘matança’ no Rio, gerando polêmica e divergências com aliados da CPI do Crime Organizado. Entenda o impacto.
Lula e matança no Rio — foto ilustrativa Lula e matança no Rio — foto ilustrativa

Aliados e assessores do presidente Lula comentavam nesta terça-feira (4) que não tiveram nem tempo para comemorar a Vitória na CPI do Crime Organizado, onde conseguiram eleger o presidente por um placar apertado, de 6 a 5, elegendo o senador Fabiano Contarato (PT-ES).

Eles ainda estavam comemorando a escolha de dois nomes técnicos para a CPI quando tomaram conhecimento das declarações de Lula a correspondentes estrangeiros, nas quais o presidente não deu uma palavra em benefício dos policiais e afirmou que a PF precisa investigar se houve uma matança no Rio de Janeiro.

Os aliados de Lula disseram que o presidente trilhou um rumo totalmente oposto ao que eles adotaram na primeira reunião da CPI do Crime Organizado para tentar afastar o clima de guerra política. Houve uma preocupação em destacar a importância do trabalho dos policiais em operações como a do Rio. Tão logo saíram da reunião da comissão parlamentar de inquérito, eles assistiram aos vídeos das declarações de Lula sugerindo que houve uma matança no Rio feita por policiais.

Repercussão das falas de Lula sobre o Rio

“Foi ruim, o presidente deveria ter dado pelo menos o direito à dúvida, afirmado que era preciso investigar se houve ou não uma matança feita pela polícia”, afirmou reservadamente um líder governista.

A equipe de Lula sentiu o golpe nas redes sociais, onde bolsonaristas já exploravam a nova fala do presidente.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, disse que Lula saiu do armário e mostrou que ele está do lado dos traficantes, lembrando a frase em que o petista disse que os traficantes são vítimas dos usuários. O deputado lembrou ainda que Lula não falou nada dos quatro policiais mortos e “está ficando claro qual é o lado do descondenado nesse episódio”.

O presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou que “Lula prova de novo que acha que os traficantes são vítimas. Presidente, houve matança sim: os bandidos mataram quatro policiais e atiraram em vários outros”.

A fala do presidente Lula classificando de matança o que ocorreu no Rio de Janeiro saiu do roteiro traçado por sua equipe, que vinha aconselhando o chefe a evitar declarações polêmicas sobre segurança. Essa declaração pode contribuir para um novo recuo na aprovação do seu governo.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante coletiva de imprensa
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante coletiva de imprensa.

Análise de Desempenho e Resposta do Governo

Um levantamento interno do Palácio do Planalto mostrou que o tema da segurança fez a aprovação e a avaliação de Lula e seu Governo registrarem recuos. No caso da avaliação do presidente, ruim e péssimo tiveram uma alta de dois pontos percentuais. No caso da aprovação do governo federal, a desaprovação subiu três pontos. Segundo a análise da equipe de Lula, o governo perdeu os pontos recuperados em setembro, voltando ao patamar de agosto.

Por isso, logo depois de as declarações de Lula serem divulgadas, o Palácio do Planalto publicou no perfil oficial do presidente na rede X uma mensagem falando que o governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Relatou ainda tudo o que o governo já fez no campo da segurança, finalizando com a mensagem de que todas as ações adotadas até agora buscam uma investigação mais eficaz, integração institucional e base legal sólida. E nenhuma citação ou referência, mesmo que indireta, à Entrevista concedida por Lula aos correspondentes estrangeiros.

Fonte: G1

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