PT disputa visibilidade na segurança pública contra a direita no Nordeste

PT disputa visibilidade na segurança pública contra a direita, com operações no Nordeste. Saiba os detalhes da estratégia e as reações.
segurança pública — foto ilustrativa segurança pública — foto ilustrativa

O Partido dos Trabalhadores (PT) e seus aliados nos estados iniciaram uma ofensiva estratégica para ganhar visibilidade no campo da segurança pública, um tema crucial para o debate eleitoral de 2026. A movimentação ocorre uma semana após uma operação policial resultar em 121 mortos no Rio de Janeiro e em meio a críticas da oposição e a uma aproximação de governadores conservadores.

Disputa de Narrativa com a Direita

Petistas defendem a necessidade de uma disputa de narrativa com a direita, que tem adotado uma postura mais dura em segurança pública e minimizado episódios de letalidade. A avaliação é que é possível combater o crime organizado de forma implacável, mas com ações baseadas em inteligência, investigação prévia e uso proporcional da força, dentro dos limites legais.

Nacionalmente, o Governo Lula acendeu um alerta sobre o impacto da operação no Rio, pois pesquisas indicavam apoio popular a ações letais. Em declaração pública, o presidente Lula classificou a ação policial no Rio como uma “matança” e a considerou desastrosa. A utilização do termo, embora correto, foi criticada por um auxiliar por dar munição à oposição.

Pesquisas recentes mostraram que a megaoperação no Rio foi vista como um sucesso por 57% dos moradores da capital e região metropolitana. Diante deste cenário, o governo agiu para entregar ao Congresso o PL Antifacção, que tipifica o crime de “organização criminosa qualificada”, com pena de até 30 anos.

Operação policial em andamento no Nordeste
Governos petistas buscam demonstrar efetividade no combate ao crime organizado.

Ações Estratégicas nos Estados

O Secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, defende que o enfrentamento ao crime organizado pode ocorrer “sem deixar pilhas de corpos”. Ele argumenta que governos progressistas precisam apresentar alternativas ao debate público sobre segurança, em vez de apenas repetir a opinião dominante.

O Calendário eleitoral acende preocupações na cúpula do governo federal, com receio de que a segurança pública possa ameaçar os índices de aprovação de Lula. Um auxiliar do presidente, contudo, aponta três trunfos: o PL Antifacção, a PEC da Segurança Pública e operações recentes da Polícia Federal, como a Carbono Oculto.

Na Bahia, uma ofensiva contra o Comando Vermelho resultou na prisão de 37 suspeitos e na morte de uma pessoa. O governo estadual celebrou a ação, vista como um contraponto à operação no Rio, e o próprio Lula parabenizou a iniciativa nas redes sociais.

Suspeitos detidos em operação policial na Bahia
Operações na Bahia são apresentadas como exemplo de ação policial baseada em inteligência.

Preocupações no Nordeste e Reação da Oposição

Existe preocupação com o avanço de facções criminosas no Nordeste, região de eleitorado consolidado de Lula, que poderia criar terreno fértil para candidaturas de direita. Estados como Rio Grande do Norte e partes de Pernambuco também são citados com preocupação.

No Ceará, o governador Elmano de Freitas (PT) exaltou uma ação policial que resultou em sete mortos, destacando “nenhum policial morto. Nenhum inocente alvejado. A população protegida.” Esse discurso difere de parte dos petistas.

Enquanto isso, a oposição intensifica a pressão no tema segurança. O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, criticou a falta de autoridade e segurança para o cidadão.

Na semana passada, governadores de direita solidarizaram-se com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e anunciaram a criação do “Consórcio da Paz”, com discursos eleitorais e críticas aos governos petistas.

Grupo de policiais em ação
Governadores de direita criam o “Consórcio da Paz” em resposta às ações do governo federal.

Fonte: Folha de S.Paulo

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