O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizou nesta terça-feira (4) a redução de tarifas relacionadas ao comércio ilegal do fentanil e a prorrogação da Suspensão de tarifas recíprocas com a China. As medidas, estabelecidas em duas ordens executivas, entram em vigor na próxima segunda-feira (10) e buscam estabilizar as relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo após uma escalada de tarifas e restrições.
![](<figure><img src="https://f.i.uol.com.br/fotografia/2025/11/04/1762305993690aa7c996d84_1762305993_3x2_md.jpg" alt=""><figcaption></figcaption></figure>)
A tarifa ligada ao fentanil foi cortada pela metade, de 20% para 10%. Além disso, Trump prorrogou por um ano a trégua que já havia reduzido a tarifa recíproca de 34% para 10%. Essa concessão significativa à China faz parte de um pacto mais amplo firmado com o líder chinês Xi Jinping durante a cúpula de outubro, realizada na Coreia do Sul.
Contexto da Trégua Comercial
A decisão de Trump de estender a suspensão tarifária foi justificada pela promessa da China de remover controles sobre a exportação de elementos de terras raras e outros minerais críticos. Pequim também se comprometeu a encerrar retaliações contra fabricantes norte-americanos de semicondutores e a comprar exportações agrícolas essenciais dos EUA, como soja e sorgo. A China suspenderá tarifas sobre uma ampla gama de produtos agrícolas americanos.
Combate ao Tráfico de Fentanil
Em relação ao fentanil, Trump destacou os avanços da China em seus esforços para reprimir o tráfico da droga e dos precursores químicos usados em sua fabricação. A República Popular da China comprometeu-se a tomar medidas significativas para interromper o fluxo de fentanil para os Estados Unidos, incluindo o controle rigoroso das exportações de certos produtos químicos.
Trump ressaltou que o Departamento de Estado e o Departamento de Segurança Interna continuarão monitorando a implementação do acordo. Ele declarou que, caso a China não cumpra seus compromissos, poderá modificar a ordem executiva conforme necessário.
Desafios e Incertezas do Acordo
O pacto Trump-Xi, com duração prevista de um ano, estabiliza temporariamente a relação bilateral, mas fica aquém de um acordo duradouro. Isso abre espaço para renegociações futuras e possíveis disputas sobre sua aplicação. O panorama tarifário completo ainda permanece incerto, com diversos produtos sujeitos a taxas pré-existentes ou isenções específicas.
A redução das tarifas é vista como positiva por importadores americanos, que foram afetados pela imprevisibilidade da política comercial de Trump. No entanto, o acordo pode desagradar críticos mais severos da China, que defendem o isolamento do país por práticas comerciais consideradas predatórias. O pacto confere a Pequim um nível tarifário semelhante ao de outros grandes exportadores do Sudeste Asiático.
O acordo também enfrenta incertezas jurídicas, uma vez que a Suprema Corte dos EUA analisa a constitucionalidade do uso de poderes de emergência por Trump para impor tarifas diferenciadas por país. Ambos os líderes esperam visitas mútuas no próximo ano para avaliar o andamento da trégua comercial.
Fonte: Folha de S.Paulo
