O Estado do Amapá busca replicar o modelo de sucesso de Maricá (RJ) na gestão de royalties de petróleo e impulsionar seu dinamismo econômico. O objetivo é alavancar o desenvolvimento do Estado, que historicamente possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.

Aposta na Margem Equatorial e outros setores
A exploração da petróleo na Margem Equatorial brasileira, especialmente na bacia da Foz do Amazonas em frente ao Oiapoque, é vista como uma grande oportunidade. Wandenberg Pitaluga Filho, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá, também destaca a retomada de projetos em mineração e celulose como fundamentais para o crescimento do Estado.
A alta do preço do minério impulsionou a exploração pela Tucano Gold na mina de Tucano, rica em ferro e manganês. Paralelamente, a DEV Mineração assumiu o Projeto Ferro Amapá, e o projeto Jari Celulose tem previsão de retorno à produção. O maior desafio atual é o plano diretor para Oiapoque, município estratégico na região e base da Petrobras.
Incentivos fiscais e qualificação profissional
Para atrair empresas do setor de petróleo, o Amapá está construindo uma base tributária com incentivos fiscais, incluindo o Repetro, regime aduaneiro especial para importação de plataformas. A capacitação de mão de obra é prioridade, com projetos em Parceria com o Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A Petrobras iniciou a perfuração do poço Morpho, no bloco FZA-M-59, em frente ao Oiapoque, com mais três poços previstos até março. A expectativa de descobertas é alta, baseada nos reservatórios explorados por países vizinhos como Guiana e Suriname, e nas estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Inspiração em Maricá para gestão de royalties
O modelo de gestão de royalties de Maricá (RJ) serve de inspiração para o Amapá. Wandenberg Pitaluga Filho ficou impressionado com a liberdade de gestão de recursos do município Fluminense, que utiliza parte dos royalties para construir hotéis e hospitais. A ideia é replicar essa eficiência no Amapá, garantindo que os recursos gerados pelo petróleo beneficiem diretamente a população.
O Estado também planeja utilizar áreas de livre-comércio em Macapá e Santana, com um porto estratégico na rota Brasil-China, para receber a cadeia de fornecedores do setor de petróleo. O executivo ressalta que a abertura de oportunidades profissionais no setor pode mudar a vida de muitas famílias, com salários iniciais atrativos para cargos como moço de convés.
Fonte: Estadão