Os contratos futuros de açúcar bruto registraram queda de até 3,6%, atingindo 14,13 centavos de dólar por Libra-peso. A Conab, agência de previsão do governo brasileiro, elevou sua estimativa de produção de açúcar para a safra 2025-26 para 45 milhões de toneladas métricas. Este valor representa um aumento de 1,3% em relação à projeção anterior e coloca os preços em patamares não vistos desde 2020.
Previsão de Produção e Uso da Cana
A nova projeção da Conab indica um aumento de 2% na produção em relação à temporada 2024-25. Esse crescimento é impulsionado pela decisão dos produtores de direcionar uma maior parcela da cana-de-açúcar para a produção de açúcar em detrimento do etanol. No entanto, a produção total de cana-de-açúcar é estimada em 666,4 milhões de toneladas, uma redução de 1,6% em comparação com o ano anterior e inferior à estimativa anterior da Conab.
Impacto no Mercado e Análises
Analistas de mercado atribuem a queda nos preços do açúcar bruto à forte previsão de safra no Brasil, um dos maiores exportadores globais. A expectativa de um volume maior de oferta no mercado internacional tende a pressionar as cotações para baixo. A decisão de priorizar o açúcar em detrimento do etanol também é um fator chave, refletindo as condições de mercado e as margens de Lucro mais atrativas para a commodity açucareira.
O setor sucroalcooleiro brasileiro tem se adaptado às dinâmicas globais de oferta e demanda. A capacidade de ajustar a produção entre açúcar e etanol confere flexibilidade estratégica aos produtores. A recente análise da Conab reforça a importância do Brasil no abastecimento mundial, impactando diretamente os preços internacionais.
Perspectivas Futuras para o Açúcar
A tendência de alta na produção brasileira de açúcar para a safra 2025-26 sugere um período de maior oferta no Mercado global. Isso pode manter os preços do açúcar bruto sob pressão, especialmente se outros grandes produtores também reportarem boas safras. Investidores e traders acompanharão de perto os desdobramentos climáticos e as decisões estratégicas das usinas brasileiras nos próximos meses.
Especialistas apontam que a relação de câmbio também pode influenciar a competitividade das exportações brasileiras de açúcar. Um real mais desvalorizado tende a tornar o produto nacional mais atraente no exterior, potencialmente mitigando parte da pressão de baixa sobre os preços em dólar.
Fonte: Bloomberg
