Lula critica operação ‘desastrosa’ no Rio e defende investigação paralela

Lula critica operação policial ‘desastrosa’ no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes e anuncia busca por investigação paralela. STF acompanha o caso.
Operação policial Rio de Janeiro — foto ilustrativa Operação policial Rio de Janeiro — foto ilustrativa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou veementemente a recente operação policial no Rio de Janeiro, classificando-a como ‘desastrosa’ e afirmando que o governo buscará uma investigação paralela. A ação resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais, e é considerada a mais letal da história do estado.

A operação, realizada pelo governo do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, visava cumprir mandados de prisão. No entanto, o presidente Lula destacou que a ordem judicial era para prisão, não para ‘matança’.

“Vamos ver se a gente consegue fazer essa investigação. Porque a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança, e houve matança”, declarou Lula em Entrevista a agências internacionais durante sua viagem a Belém (PA).

O Governo federal está articulando para que peritos da Polícia Federal participem da investigação das mortes. O Supremo Tribunal Federal (STF) programou uma audiência para discutir o caso nesta quarta-feira (5).

Presidente Lula em coletiva de imprensa
Presidente Lula durante coletiva de imprensa.

Críticas à ação policial

Em contraste com a visão do presidente, o governador do Rio, Claudio Castro (PL), declarou no dia seguinte à operação que ela foi um ‘sucesso’, minimizando as mortes de civis e destacando apenas o falecimento dos quatro policiais.

A repercussão da operação gerou mobilização no âmbito federal. Os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) estiveram no Rio de Janeiro para tratar do assunto com o governador.

“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, reiterou Lula.

STF acompanha o caso com cautela

Em resposta à gravidade da situação, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou no domingo (2) a preservação de todos os elementos materiais relacionados à execução da operação. A medida visa garantir que perícias e cadeias de custódia sejam mantidas, possibilitando o controle e a averiguação da atuação policial pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Moraes, que é o relator da APDF das Favelas — processo que estabelece condições para operações policiais em comunidades do Rio —, atendeu a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU).

Fonte: G1

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