CEOs de Wall Street alertam: queda de 10% nas ações é esperada

CEOs de Wall Street, como Goldman Sachs e Morgan Stanley, alertam para possível queda de 10% nas ações. Saiba os motivos e como se preparar.
David Solomon, CEO do Goldman Sachs, falando em evento financeiro, indicando expectativa de queda no mercado de ações. David Solomon, CEO do Goldman Sachs, falando em evento financeiro, indicando expectativa de queda no mercado de ações.

CEOs de grandes instituições financeiras de Wall Street sinalizam que investidores devem se preparar para uma potencial queda no Mercado de ações, com projeções indicando correções de mais de 10% nos próximos 12 a 24 meses. No entanto, essa retração é vista por muitos como um movimento natural e até positivo para a reavaliação de ativos.

“O desafio são os valuations (avaliações)”, destacou Mike Gitlin, que lidera a Capital Group, uma gestora com cerca de US$ 3 trilhões sob sua responsabilidade. Durante uma cúpula financeira em Hong Kong, ele observou que a maioria dos ativos não está barata, mas sim em uma zona de “justo a totalmente avaliadas”, um cenário semelhante para os spreads de crédito.

Ted Pick, CEO do Morgan Stanley, e David Solomon, do Goldman Sachs Group, ecoaram essa perspectiva, apontando para a possibilidade de quedas significativas no curto a médio prazo. Ambos consideram que recuos são características inerentes aos ciclos de mercado.

Cenário Macroeconômico e Geopolítico

Pick ressaltou que, apesar da trajetória de alta dos mercados, persistem os riscos de “erros políticos” nos Estados Unidos e incertezas geopolíticas. Ele acredita que o foco em 2026 será nos lucros das empresas, com uma maior dispersão de desempenho entre as companhias: as mais fortes tenderão a superar as mais fracas.

“Também devemos acolher a possibilidade de que ocorram quedas de 10% a 15% que não sejam impulsionadas por algum tipo de efeito macroeconômico abrupto”, afirmou Pick, classificando tal movimento como “um desenvolvimento saudável”. O mercado de novas emissões segue ativo globalmente, indicando apetite dos investidores por risco.

Avaliações e Expectativas do Mercado

Atualmente, o índice S&P 500 negocia a 23 vezes a estimativa de lucros futuros, superando sua média de cinco anos de 20 vezes. O Nasdaq 100, com forte concentração em empresas de tecnologia, atinge um múltiplo de 28 vezes, bem acima das quase 19 vezes registradas em 2022. Empresas de tecnologia, como a Palantir Technologies Inc., que se destaca em Inteligência Artificial, já mostram sinais de retração devido a preocupações com suas altas avaliações.

Ken Griffin, CEO da Citadel, comentou que os mercados tendem a ser mais irracionais nos picos de alta e nas profundezas de baixa. Ele descreveu o cenário atual como um “mercado em alta bem avançado”. Solomon, do Goldman Sachs, corroborou que os múltiplos de tecnologia estão em seu auge, mas alertou que isso não se aplica a todo o mercado. A recomendação para clientes tem sido manter os investimentos, revisar a alocação de carteiras e evitar tentativas de prever o mercado.

“Significa apenas que as coisas sobem e depois recuam para que as pessoas possam reavaliar”, concluiu Solomon, enfatizando que quedas pontuais de 10% a 15% podem ocorrer mesmo em ciclos positivos, sem alterar a direção geral dos fluxos de capital ou as alocações de longo prazo.

David Solomon, CEO do Goldman Sachs, falando em evento financeiro.
David Solomon, CEO do Goldman Sachs, prevê reavaliação de ativos.

Fonte: Valor Econômico

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