Omnia e Casa dos Ventos: Mega Data Center de R$ 50 bi para TikTok no Ceará

A Omnia, braço de investimentos do Patria Investimentos, anunciou sua participação no desenvolvimento do que se tornará o maior data center para um único cliente no Brasil. Localizado no Porto de Pecém, no Ceará, o projeto prevê um investimento superior a R$ 50 bilhões, em Parceria com a Casa dos Ventos, gigante da energia renovável. A ByteDance, proprietária do TikTok, é apontada como cliente principal do empreendimento.

A confirmação do envolvimento da Omnia ocorre em paralelo à obtenção de uma aprovação crucial para o projeto, com as obras previstas para iniciarem ainda em 2025. Com um consumo energético estimado em 300 megawatts (MW), a instalação se consolidará como o maior data center individual do país em 2027, ano previsto para sua entrada em operação. Este movimento marca o retorno estratégico do Patria ao segmento de data centers, setor onde já possuí otimizado o Mercado com a criação da Odata.

Expansão e Expertise em Data Centers

Embora a Omnia tenha sido lançada oficialmente em maio deste ano, o Patria já atuava no desenvolvimento do data center cearense desde o ano passado. A participação da gestora abrangeu a estruturação, o Orçamento e o planejamento técnico da infraestrutura necessária, além da prospecção ativa de clientes. O CEO da Omnia, Rodrigo Abreu, destacou à Reuters a importância estratégica do projeto:

“Este passa a ser o primeiro [data center] voltado para exportação (de dados) no país… Ele inaugura de fato a vocação que o país tem no setor por conta da disponibilidade energética, localização privilegiada e conectividade Internacional de fibra ótica”, afirmou Abreu.

Aprovação Governamental e Benefícios de ZPE

O governo brasileiro publicou nesta segunda-feira uma autorização para que o futuro data center, a ser instalado na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, possa prestar serviços de exportação de dados. A instalação de data centers em ZPEs é uma das iniciativas prioritárias do governo em seu plano para o setor, que visa atrair R$ 2 trilhões em investimentos para o país ao longo de dez anos. A iniciativa busca consolidar o Brasil como um polo de tecnologia e infraestrutura digital na América Latina.

A chinesa ByteDance ainda não se pronunciou publicamente sobre sua participação direta no projeto cearense. No entanto, autoridades brasileiras têm reiterado o envolvimento da empresa no empreendimento, e fontes próximas ao projeto confirmam que a companhia será cliente do data center. Este novo aval se soma a outras liberações importantes obtidas nos últimos meses, incluindo a conexão da instalação à rede elétrica nacional. O projeto aguarda a licença de instalação pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) do Ceará.

Investimento e Energia Renovável

O investimento total do projeto está estimado em R$ 50 bilhões. Desse montante, R$ 12 bilhões serão alocados em infraestrutura pela Omnia, enquanto o restante será destinado a equipamentos de tecnologia da informação, como servidores, a cargo do cliente. Adicionalmente, a Casa dos Ventos investirá cerca de R$ 3,5 bilhões na construção de novos parques eólicos dedicados a fornecer energia para a instalação cearense. Estes parques, localizados no Ceará ou no Piauí, estão sendo desenvolvidos em paralelo com o data center.

Lucas Araripe, diretor executivo da Casa dos Ventos, ressaltou que a expectativa das empresas parceiras é que as obras do data center em Pecém se iniciem ainda em 2025, com o início das operações previsto para a segunda metade de 2027. O projeto se destaca não apenas pelo consumo de energia renovável, mas também pelo baixo consumo de água, empregando tecnologia de reuso em seus processos de resfriamento. Araripe comentou sobre o potencial de Pecém:

“Estamos vendo evoluir em Pecém um dos principais investimentos privados no Brasil nos próximos anos, vai requerer mais recursos do que qualquer outra coisa em infraestrutura”, disse Araripe.

A Casa dos Ventos já assinou contratos de conexão em Pecém para outros futuros projetos de data centers, somando uma capacidade de 1,5 gigawatt (GW), que poderão ser desenvolvidos para diferentes clientes.

Fonte: Folha de S.Paulo