Fed de São Francisco: Corte de juros apropriado, mas política restritiva deve seguir

A presidente do Federal Reserve (Fed) de São Francisco, Mary Daly, afirmou que o corte de juros promovido pelo Banco Central americano na semana passada foi apropriado. Ela também declarou que mantém a mente aberta em relação à próxima decisão de política monetária em dezembro. Segundo Daly, a taxa de juros deve continuar modestamente restritiva, uma vez que a inflação ainda está em torno de 3%, acima da meta estabelecida. Os 50 pontos-base de cortes já realizados em 2025 deixaram o banco central em uma posição melhor, destacou.

Fed e a Coleta de Dados

Durante um evento, Daly foi questionada sobre o impacto da paralisação parcial do Governo americano na coleta de dados. Ela assegurou que o Fed dispõe de informação suficiente para decidir sobre a taxa básica. “Não vejo que tenhamos tão pouca informação a ponto de não podermos tomar uma boa decisão. Temos menos dados do que de costume, mas esse é o trabalho da política monetária”, explicou.

Cautela na Decisão de Juros de Dezembro

Em declarações separadas, Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, destacou preocupação com a inflação e o Mercado de trabalho, sem definir os próximos passos na política monetária. Ele ressaltou que a decisão de juros em dezembro exige cautela. Outro diretor do Fed, Stephen Miran, alertou para o risco de recessão, argumentando que o Fed está muito restritivo e que quanto mais tempo essa política se mantiver, maior o risco. Miran pretende defender um corte de 0,5 ponto percentual.

Daly avaliou ainda que o mercado de trabalho não parece estar à beira de um Colapso e reiterou que o Fed busca equilibrar os riscos de inflação e de atividade econômica. “Precisamos manter a política levemente restritiva”, afirmou.

Investimentos em IA e Produtividade

Em outro momento, Daly comentou o avanço dos investimentos corporativos em inteligência artificial (IA). Ela observou que muitas empresas nos Estados Unidos estão investindo em tecnologias como aprendizado de máquina e robótica. Segundo a dirigente, esses aportes já estão trazendo ganhos de produtividade. No entanto, ainda não está claro se essa revolução tecnológica será como a eletricidade ou apenas mais uma etapa incremental na eficiência das empresas.

Fonte: InfoMoney