Lula Evita Críticas à Operação no Rio: Pesquisa Quaest Revela Motivos

Pesquisa Quaest revela que 72% dos fluminenses apoiam endurecer o combate ao crime organizado, explicando a cautela de Lula em polemizar sobre operação no Rio.
Lula evitar polemizar operação Rio — foto ilustrativa Lula evitar polemizar operação Rio — foto ilustrativa

A decisão do presidente Lula em evitar declarações polêmicas sobre a recente operação de segurança no Rio de Janeiro, apesar do alto número de mortes, pode ser explicada por dados de uma pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (3). O levantamento aponta que a população Fluminense majoritariamente apoia o endurecimento do enfrentamento ao crime organizado, uma visão que diverge da linha de atuação tradicional da esquerda.

Apoio Popular ao Endurecimento contra o Crime

De acordo com a pesquisa Quaest, a população do Rio de Janeiro demonstra um forte apoio a medidas mais rigorosas contra o crime organizado. Os dados revelam que:

  • 72% dos moradores do Estado são favoráveis a classificar o crime organizado como terrorismo.
  • 85% defendem o aumento da pena para quem comete homicídio a mando de facções criminosas.
  • 62% apoiam a proibição de visitas íntimas em presídios para membros de facções.

Esses números indicam uma clara demanda da sociedade por maior pressão sobre os integrantes do crime organizado, influenciando a estratégia de comunicação do Governo federal.

Operação policial no Rio de Janeiro, com foco no Comando Vermelho nos complexos da Penha e Alemão.
Operação policial no Rio de Janeiro, com foco no Comando Vermelho nos complexos da Penha e Alemão.

Estratégia de Lula para Segurança Pública

Diante desse cenário e após a megaoperação do governo do Rio contra o Comando Vermelho, que resultou em mais de 100 mortes, Lula optou por não questionar a importância da ação, mesmo com a repercussão negativa inicial sobre o número de vítimas. A avaliação interna é que o governo teria mais a perder ao se opor a uma operação que já contava com o apoio popular, especialmente nas redes sociais.

O tema da segurança pública, frequentemente explorado pela direita, tem sido um ponto sensível para o governo. O Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, utilizou o episódio para criticar o presidente Lula, remetendo a declarações anteriores do mandatário sobre traficantes serem vítimas de usuários de drogas. Os bolsonaristas viram na operação uma oportunidade de sair da defensiva.

Próximos Passos do Governo Federal

Para mitigar os efeitos negativos e evitar ser pego de surpresa em debates sobre segurança, a equipe do presidente Lula definiu uma estratégia dupla. Por um lado, o governo defenderá no Congresso a aceleração da votação da PEC da Segurança Pública e do projeto de Lei Antifacção, este último enviado ao Legislativo na última sexta-feira (31). Por outro lado, o Executivo continuará a promover a cooperação entre a União e os estados, em vez de uma abordagem de divisão de responsabilidades, para combater o crime organizado de forma eficaz.

A pesquisa Quaest também aponta que, no Estado do Rio, 60% dos entrevistados avaliam negativamente a atuação do governo Lula na segurança pública, enquanto apenas 18% a consideram positiva. No entanto, a PEC da Segurança conta com 52% de aprovação popular, contra 29% de contrários, mostrando um apoio à iniciativa governamental mesmo com a percepção geral negativa.

Fonte: G1

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