Lula na Defensiva: Operação no Rio Põe Segurança Pública no Centro do Debate

Megaoperação no Rio expõe Lula na defensiva sobre segurança pública. Especialistas analisam impacto político e a estratégia do governo.
Lula defensiva segurança pública — foto ilustrativa Lula defensiva segurança pública — foto ilustrativa

A segurança pública, tema historicamente desafiador para a esquerda, ascendeu à vanguarda das discussões do Governo Lula (PT). A crise desencadeada pela megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro recoloca o presidente em posição defensiva, impactando a imagem de sua gestão.

Operação no Rio: Recorde de Letalidade e Repercussão

A ação policial, que resultou em 121 mortes, tornando-se a mais letal da história do país, levou Lula a adotar posturas incomuns para a centro-esquerda. Uma pesquisa Datafolha revelou que 57% dos moradores do Rio e região metropolitana consideraram a operação um sucesso, contra 39% de opiniões contrárias.

Essa operação, patrocinada pelo governo do oposicionista Claudio Castro (PL), eclipsou outros assuntos na agenda política, como as negociações sobre o tarifaço de Donald Trump. Paralelamente, unificou o discurso da direita, anteriormente fragmentado por ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA e a condenação de Jair Bolsonaro.

Forças de segurança em operação no Rio de Janeiro.
Operação policial no Rio de Janeiro se tornou a mais letal da história do país.

A Reação do Governo Lula e a Estratégia de Comunicação

Em contraste com a reação tradicional da esquerda a operações policiais, Lula evitou Críticas públicas diretas. Manifestações de setores como o PSOL, que classificaram o evento como “chacina” e “massacre”, foram pontuais. O presidente só se pronunciou nas redes sociais, enfatizando o “trabalho coordenado” contra o tráfico, visando atingir a “espinha dorsal do crime” sem expor inocentes a riscos.

Um aliado de Lula indicou que essa abordagem visa prevenir que opositores usem suas falas para desgastá-lo. Surpreendentemente, o governo celebrou a sanção de um projeto que prevê Prisão para quem planejar ataques contra autoridades, iniciativa do senador Sergio Moro, ex-juiz responsável pela condenação do próprio Lula.

A publicação ressaltou a importância de “combate ao crime com inteligência, integração e Punição“, omitindo a autoria do projeto. Anteriormente, Lula havia sido criticado por chamar traficantes de “vítimas”, retratando-se posteriormente diante da repercussão negativa nas redes.

Governadores de direita em reunião sobre segurança pública.
Governadores de direita se reúnem para discutir ações de segurança no Rio.

Ataques da Oposição e o Impacto na Imagem Presidencial

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), nome forte na oposição, criticou a postura de Lula, afirmando que “o criminoso não é vítima, o criminoso faz vítima”. A segurança pública, embora de competência estadual, pode frear a popularidade do governo federal.

Aliados de Lula pressionam pela tramitação de projetos importantes, como a PEC da Segurança Pública. Governadores de direita, incluindo pré-candidatos à presidência, criaram o “Consórcio da Paz” em apoio a Castro, atacando o governo federal. A resposta de aliados de Lula, como Gleisi Hoffmann, foi de crítica, acusando o grupo de buscar intervenções externas.

Detalhe de operação policial com diversas viaturas.
Estratégia do governo foca em inteligência e combate ao crime organizado.

Estratégia de Comunicação e Análise Política

Nos bastidores, avalia-se que a operação no Rio serve como “tábua de salvação” para a direita, permitindo-lhes unir-se e se distanciar de Bolsonaro. Embora o tema da segurança pública seja relevante, não é considerado o único fator determinante em resultados eleitorais. A estratégia de comunicação do governo nas redes sociais apostará em ações baseadas em inteligência, citando exemplos como a Operação Carbono Oculto em São Paulo, que envolveu a Polícia Federal e outras forças de segurança.

O PT encomendou pesquisas para medir o sentimento público sobre a operação, buscando apresentar respostas objetivas à narrativa oposicionista sem se aprofundar excessivamente no tema.

Fonte: Folha de S.Paulo

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