Gleisi alerta contra ‘intervencionismo’ de Trump em governadores de oposição

Gleisi Hoffmann critica governadores de oposição por buscarem ‘intervencionismo’ de Trump e atuarem contra a PEC da Segurança Pública do governo Lula.
Congresso Nacional, local de debate da PEC da Segurança Pública. Congresso Nacional, local de debate da PEC da Segurança Pública.

A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), criticou veementemente a postura de governadores de oposição ao governo federal, acusando-os de buscarem um alinhamento com o “intervencionismo militar” de Donald Trump. A declaração surge em resposta à atuação de gestores Estaduais contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional.

Críticas à PEC da Segurança Pública

Gleisi Hoffmann destacou que, em vez de colaborarem no combate ao crime organizado, conforme propõe a PEC, governadores como Ronaldo Caiado (União), do Goiás, estariam fomentando a “divisão política”. Segundo a ministra, esse grupo busca trazer o Brasil para o “radar do intervencionismo militar” de Trump na América Latina.

A ministra comparou as ações dos governadores de oposição à conduta da família Bolsonaro, que teria buscado apoio nos Estados Unidos para retaliar autoridades envolvidas no julgamento do ex-presidente. “Não conseguem esconder seu desejo de entregar o país ao estrangeiro, do mesmo jeito que Eduardo Bolsonaro e sua família de traidores da pátria fizeram com as tarifas e a Magnitsky”, afirmou Gleisi, ressaltando que o combate ao crime exige inteligência e planejamento, e não “leviandade e objetivos eleitoreiros”.

Congresso Nacional, onde tramita a PEC da Segurança Pública.
Congresso Nacional, local de debate da PEC da Segurança Pública.

Consórcio da Paz e Autonomia dos Estados

Em um movimento paralelo, governadores de oposição anunciaram a formação de um consórcio para o combate ao crime organizado. O anúncio ocorreu no Rio de Janeiro, com a participação de Ronaldo Caiado, Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Riedel (PP-MS), e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) participou remotamente.

A PEC da Segurança Pública, idealizada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, visa constitucionalizar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), os fundos nacionais de Segurança Pública e Penitenciário, e ampliar as atribuições da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF). No entanto, governadores expressam preocupação com a perda de autonomia dos estados na definição de suas políticas de segurança pública.

Contexto Político e Eleitoral

A divergência em torno da PEC reflete as tensões políticas entre o Governo federal e a oposição. Enquanto o Planalto busca centralizar e fortalecer ações de segurança, gestores estaduais defendem a manutenção de suas prerrogativas. A referência a Donald Trump e ao “intervencionismo” sugere uma estratégia de Gleisi Hoffmann em associar a oposição a figuras internacionais controversas, buscando deslegitimar suas propostas e alinhamentos.

Fonte: Valor Econômico

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