Banco Central da Colômbia mantém juros em 9,25% em meio a riscos de inflação

O Banco Central da Colômbia (Banrep) decidiu manter a taxa básica de juros do país em 9,25% ao ano, patamar vigente desde maio. A decisão, que estava em linha com as expectativas do Mercado, não foi unânime entre os diretores do órgão. Quatro membros votaram pela manutenção, enquanto dois defenderam um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) e um outro, uma redução de 0,25 p.p.

Justificativa para a Decisão

Em comunicado oficial, o Banrep justificou a manutenção da taxa citando o avanço da inflação pela terceira vez consecutiva em setembro, atingindo 5,2% ao ano, o mesmo nível registrado no final de 2024. Paralelamente, a atividade econômica demonstrou dinamismo com uma demanda interna considerada estável.

A autoridade monetária enfatizou que a postura cautelosa na política monetária reconhece os riscos identificados para a convergência da inflação à meta estabelecida. As expectativas inflacionárias, tanto as obtidas em pesquisas quanto as extraídas do mercado de dívida pública, aumentaram, superando a meta de 3% para os próximos dois anos.

Próximos Passos e Cenário Externo

O Banrep reiterou que os futuros passos na política monetária serão guiados pela evolução e pelas expectativas de inflação, pela dinâmica da atividade econômica e pelo equilíbrio entre os riscos internos e externos. A autoridade monetária colombiana também observou o processo de flexibilização monetária promovido pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Segundo o Banrep, as condições financeiras externas tornaram-se mais favoráveis em decorrência das reduções na taxa de juros americana.

Impacto no Mercado

A manutenção da taxa de juros pela Colômbia pode gerar impactos no mercado financeiro local, influenciando o custo do crédito e o apetite por investimentos em renda fixa. Analistas de mercado observam atentamente as decisões de bancos centrais globais para calibrar suas projeções econômicas. A decisão do Banrep, embora esperada, reforça a cautela diante de um cenário inflacionário ainda desafiador.

Fonte: Valor Econômico