Motiva (MOTV3) explica saída estratégica do Lote 5 no Paraná

Descubra a estratégia por trás da Motiva (MOTV3) ao abrir mão do Lote 5 no Paraná e entenda como o foco em rentabilidade impulsiona seus resultados.
Estratégia Motiva Lote 5 Paraná — foto ilustrativa Estratégia Motiva Lote 5 Paraná — foto ilustrativa

A Motiva (MOTV3), anteriormente conhecida como CCR, tomou a decisão estratégica de não participar do leilão do Lote 5 de rodovias do Paraná. O ativo foi arrematado pela Reúne Rodovias, controlada pela gestora Pátria, com um desconto de 23,83% sobre a tarifa de pedágio.

A diretora de Relações com Investidores (RI) da Motiva, Flávia Godoy, explicou que a decisão está alinhada com a estratégia atual da empresa de focar em regiões e projetos com maior potencial de rentabilidade e sinergia com os ativos já existentes. Essa abordagem visa otimizar a eficiência operacional através do compartilhamento de infraestrutura, equipes e sistemas de gestão, ampliando a escala onde a Motiva já possui forte atuação, como corredores logísticos que conectam grandes centros urbanos a polos do agronegócio.

O presidente-executivo, Miguel Setas, reforçou que a avaliação da empresa indicou que o novo trecho não traria ganhos de eficiência significativos com a estrutura operacional atual no Paraná. “Não priorizamos esse investimento dentro da lógica de buscarmos crescimento rentável, seletivo e sinérgico”, declarou Setas em conferência com analistas.

Estratégia de Seletividade e Eficiência

A Motiva, que se posiciona como a maior operadora de concessões de mobilidade do país, havia previamente arrematado o Lote 3 de rodovias do Paraná. A diretriz atual de crescimento seletivo orienta a empresa na avaliação de novas oportunidades, que incluem um pipeline de aproximadamente R$ 100 bilhões em rodovias e R$ 60 bilhões em trilhos.

“Cada oportunidade de investimento é avaliada. A empresa vai continuar priorizando um crescimento seletivo, buscando ativos que ofereçam melhor viabilidade, mais sinergia ou que complementem o portfólio da Motiva”, afirmou Godoy. O objetivo é que cada novo ativo contribua não apenas para o crescimento da receita, mas também para o fortalecimento da eficiência e sustentabilidade do grupo.

Executivos da Motiva discutem estratégia em reunião corporativa.
Reunião de executivos da Motiva debate o futuro da empresa.

Resultados Financeiros Impulsionados pela Nova Estratégia

A estratégia de foco e eficiência tem demonstrado resultados positivos. No terceiro trimestre de 2025 (3T25), a Motiva reportou Lucro líquido de R$ 1,23 bilhão, um aumento de 191,8% em comparação com o mesmo período de 2024 (3T24). Esse crescimento foi impulsionado por efeitos não recorrentes relacionados ao aditivo da ViaQuatro, que envolve investimentos de R$ 4 bilhões, a construção de novas estações na Linha 4 – Amarela, e a extensão da concessão por mais 20 anos.

Excluindo os efeitos extraordinários, o lucro líquido ajustado cresceu 22%, alcançando R$ 683 milhões. O Ebitda ajustado, um indicador crucial de desempenho operacional, aumentou 16,3%, totalizando R$ 2,54 bilhões, com uma margem de 64,4%, a maior já registrada pela companhia.

Gráfico de desempenho financeiro da Motiva demonstra crescimento.
Desempenho financeiro da Motiva em 3T25.

A performance foi sustentada por três pilares: redução de Custos operacionais, desinvestimento em negócios deficitários (como as barcas e a antiga MS Via, agora Motiva Pantanal) e aumento da demanda em rodovias e linhas metropolitanas. A receita líquida ajustada, após dedução de impostos e custos, atingiu R$ 3,96 bilhões, representando um avanço de 4,6% sobre o 3T24.

“É uma combinação de crescimento de demanda, alavancas de eficiência, redução de custos de forma estrutural e a otimização do portfólio da empresa”, detalhou Godoy. A alavancagem ajustada da Motiva encerrou setembro em 3,6 vezes, ligeiramente inferior às 3,7 vezes de junho, refletindo a incorporação de novos ativos e a otimização do portfólio. Os investimentos no trimestre somaram R$ 2,33 bilhões, um aumento de 11,1% em relação ao ano anterior.

Fonte: InfoMoney

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