STF: Subprocurador pede que TCU impeça Lula de indicar homem para vaga no Supremo

Subprocurador Lucas Rocha Furtado pede ao TCU que impeça Lula de indicar homem ao STF, citando desproporcionalidade de gênero e isonomia.
Lula indicar homem STF — foto ilustrativa Lula indicar homem STF — foto ilustrativa

O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que intervenha para impedir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de nomear um homem para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A pedido visa garantir a igualdade de gênero na composição da Corte, conforme ofício enviado nesta quarta-feira, 29.

Furtado argumenta que a escolha de um homem, como o advogado-geral da União Jorge Messias — apontado como um dos favoritos —, perpetuaria a desigualdade de gênero no Supremo. Ele citou o princípio da isonomia, previsto no artigo 5º da Constituição Federal, e alertou que a Falta de pluralidade de perspectivas pode afetar a imparcialidade das decisões do STF.

A falta de pluralidade de gênero no STF

“Embora as decisões do Supremo sejam técnicas, elas não estão imunes à influência das vivências e perspectivas individuais de seus membros”, afirmou Furtado em seu documento. Ele também destacou o risco de o STF se tornar inteiramente masculino com a Aposentadoria da ministra Cármen Lúcia, prevista para 2029. Um levantamento do Estadão revelou que, em 134 anos de história, o STF teve apenas três ministras mulheres e nenhuma ministra negra.

O subprocurador enfatizou que a nomeação de uma mulher para a vaga aberta transcende a representatividade simbólica, sendo uma questão de Justiça, equidade e compromisso com os valores democráticos. Ele solicitou ao TCU que encaminhe seu ofício ao Senado Federal e à Presidência da República, com as medidas cabíveis.

Compromissos internacionais e pressão de entidades

As considerações de Furtado também ecoam compromissos internacionais do Brasil, como a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), que promovem a presença feminina em posições de poder. A manifestação do subprocurador alinha-se à pressão exercida por entidades ligadas ao Judiciário, como o Fórum Justiça, a Themis Gênero, Justiça e Direitos Humanos e a Plataforma Justa. Estas organizações defendem publicamente que o presidente Lula indique uma mulher para assumir a vaga aberta no STF após a Aposentadoria de Barroso.

Fonte: Estadão

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