Senado dos EUA: Resolução para Anular Tarifas Globais de Trump Aprovada

Senado dos EUA aprova resolução para anular tarifas globais de Trump, indicando desconforto com política comercial. Saiba os impactos.
Tarifas globais de Trump — foto ilustrativa Tarifas globais de Trump — foto ilustrativa

O Senado dos Estados Unidos rejeitou a política comercial do ex-presidente Donald Trump pela terceira vez em três dias. Nesta quinta-feira, 30, por 51 votos a 47, os senadores aprovaram uma resolução para eliminar a declaração de emergência nacional que fundamentava as tarifas globais anunciadas em abril.

Impacto Bipartidário nas Tarifas Globais

A resolução segue outras duas aprovadas no início da semana, voltadas para a Eliminação das tarifas sobre produtos do Canadá e do Brasil. Essas votações contaram com apoio bipartidário, evidenciando o desconforto entre os legisladores com o uso agressivo de tarifas pelo ex-presidente para reconfigurar as relações comerciais dos EUA. Apesar disso, as votações possuem caráter simbólico, uma vez que a Câmara já havia bloqueado preventivamente contestações à política tarifária até março.

Críticas às Tarifas e Preocupações com Famílias Americanas

O senador democrata Ron Wyden, autor da resolução, argumentou no plenário do Senado: “As famílias americanas estão sendo pressionadas pelo aumento constante dos preços. Hoje, o Senado pode se concentrar em aliviar o bolso das famílias. O Congresso pode votar pela revogação dos impostos comerciais de Donald Trump e parar de tirar dinheiro dos americanos.”

Quatro republicanos que têm expressado preocupações recorrentes sobre a política comercial do Governo votaram em conjunto com todos os democratas para encerrar o estado de emergência nacional declarado por Trump e implementar uma tarifa básica de 10% sobre importações de todos os países. Esse grupo inclui os senadores Susan Collins, Lisa Murkowski, Rand Paul e Mitch McConnell. McConnell ressaltou que “As tarifas encarecem tanto a construção quanto a compra de imóveis nos Estados Unidos. Os prejuízos econômicos das guerras comerciais não são a exceção à história, mas a regra.”

Oposição Republicana e Defesa do Governo Trump

A maioria dos republicanos votou contra a medida. O senador republicano Mike Crapo, que se manifestou contra a resolução, declarou: “Entendo que meus colegas, assim como nossos eleitores, possam estar apreensivos com o que virá a seguir. No entanto, neste momento, esta resolução é contraproducente para ajudar as famílias e empresas americanas de todos os portes.” Crapo defendeu a postura do governo Trump, afirmando: “O presidente Trump está agora respondendo e dizendo que esses países precisam… negociar conosco em um comércio justo e livre. As negociações do presidente estão dando frutos.”

Contexto da Declaração de Emergência e Impacto Econômico

No início de abril, Trump impôs uma tarifa de 10% sobre todos os países, além de tarifas “recíprocas” adicionais sobre nações com maiores desequilíbrios comerciais. A justificativa foi a declaração de emergência nacional devido ao “grande e persistente Déficit comercial”. Essa medida desencadeou negociações internacionais e ações judiciais de empresas americanas, que aguardam análise da Suprema Corte.

De acordo com a Alfândega e Proteção de Fronteiras, os EUA arrecadaram cerca de US$ 88 bilhões em Receita tributária com as tarifas até agosto. Estimativas da Tax Foundation indicam que as tarifas aumentam os custos para os consumidores, elevando impostos em mais de US$ 1.600 por família anualmente e projetando uma redução de 0,5% no Produto Interno Bruto na próxima década.

Fonte: Estadão

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