Moraes autoriza visita de Piquet a Bolsonaro; Gayer é barrado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira (30) a visita de personalidades ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliar. A decisão atende a pedidos da Defesa de Bolsonaro e estabelece quem poderá encontrá-lo nos próximos dias.

Visitas autorizadas e restrições impostas

Foram liberadas as visitas dos deputados federais Alberto Fraga (PL-DF) e Altineu Côrtes (PL-RJ), além do jornalista Alexandre Pitolli e do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. As visitas de Fraga e Côrtes estão marcadas para o dia 3 de novembro, enquanto Piquet e Pitolli poderão encontrar Bolsonaro nos dias 5 e 6 de novembro, respectivamente.

No entanto, Moraes negou o pedido de visita do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). A justificativa para a negativa reside no fato de Gayer ser investigado na PET 12.042, um inquérito que tramita em segredo de Justiça e possui conexão com apurações em andamento contra o próprio ex-presidente. Desde 17 de julho, Bolsonaro está proibido de se comunicar com outros investigados.

Detalhes sobre os visitantes

Alberto Fraga, líder da bancada da bala na Câmara, já criticou publicamente a Falta de apoio do governo federal em operações de segurança pública. Altineu Côrtes também faz parte do espectro político alinhado a Bolsonaro.

Alexandre Pitolli, jornalista da rádio AuriVerde Brasil, é conhecido por defender o ex-presidente e sua agenda, além de tecer críticas ao governo atual. O canal da rádio no YouTube possui milhões de inscritos, e outros aliados de Bolsonaro, como Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, já concederam entrevistas a Pitolli.

Restrições durante as visitas

A decisão de Moraes estipula horários para os encontros, que devem ocorrer entre 10h e 18h. É estritamente proibido o uso de celulares, a realização de fotografias ou a gravação de imagens durante as visitas. Essas restrições visam manter a integridade da investigação e as condições da Prisão domiciliar imposta a Bolsonaro.

O ex-presidente está em regime domiciliar desde 4 de agosto, como consequência do descumprimento da proibição de utilizar redes sociais. A medida cautelar faz parte de um processo que investiga suspeitas de coação e obstrução da justiça no contexto de uma suposta trama golpista, na qual seu filho, Eduardo Bolsonaro, também é alvo de apuração.

Fonte: Valor Econômico