Vivo x TIM: Analistas preveem resultados mistos no 3º trimestre

Análise comparativa dos resultados trimestrais da Vivo (VIVT3) e TIM (TIMS3). Veja projeções de analistas e recomendações para as ações.
Vivo x TIM resultados 3º trimestre — foto ilustrativa Vivo x TIM resultados 3º trimestre — foto ilustrativa

O mercado de telecomunicações se prepara para uma onda de balanços. A Telefônica Brasil, dona da Vivo (VIVT3), divulgará seus resultados após o fechamento do mercado, enquanto a TIM Brasil (TIMS3) apresentará seus números na segunda-feira (3). Especialistas antecipam uma dinâmica operacional positiva para ambas, com o segmento de pós-pago impulsionando o crescimento da Receita, o que deve compensar o desempenho mais fraco do pré-pago. Espera-se também expansão nas margens EBITDA para as duas companhias.

Projeções do Mercado para Vivo e TIM no 3º Trimestre

O Bradesco BBI projeta resultados neutros a ligeiramente negativos para ambas as operadoras, indicando uma leve desaceleração da receita de serviços móveis (MSR) devido a uma base de comparação mais difícil. No entanto, o Itaú BBA aponta que a TIM Brasil deve apresentar resultados relativamente melhores, beneficiada por seu plano de otimização de despesas. A Vivo, por sua vez, deve se beneficiar de tendências de crescimento um pouco mais favoráveis, embora a maior parte de sua expansão de lucratividade venha da venda de ativos no momento.

O BBA observa que o desempenho superior da TIM no 3º trimestre parece estar parcialmente refletido no preço de suas ações, com a empresa superando a Vivo em cerca de 4,2% nos últimos 30 dias. Para 2026, o banco estima um dividend yield de 8,4% para a TIM e de 8,1% para a Vivo.

Análise Detalhada: Vivo (VIVT3)

A XP estima um lucro líquido de R$ 1,8 bilhão para a Vivo, um crescimento anual de 7%. A receita líquida total deve aumentar 5,9% anualmente, com os Serviços Móveis (MSR) projetando crescimento de 5,8%, impulsionado pela estratégia de migração para planos controle. As receitas de Serviços Fixos são estimadas em alta de 8,5% ano a ano, impulsionadas pela expansão do FTTH e de Serviços de Dados, TIC e Digitais.

A corretora também prevê um EBITDA de R$ 6,4 bilhões e uma margem EBITDA de 43,2%. O Bradesco BBI estima alta de 6,2% na receita e crescimento de 8% no EBITDA da Vivo, com expansão de 0,7 p.p. na margem, parcialmente influenciada pela venda de ativos de concessão. Excluindo esses efeitos, a margem de serviço deve permanecer estável. A MSR deve subir 5,8%, com expectativa de aceleração no 4º trimestre.

O BBA destaca que a Vivo ajustou sua estratégia de reajustes de preços em 2025, com a maior parte aplicada em abril e o restante em agosto. Isso cria uma base de comparação mais difícil no segundo semestre, e o banco espera que o crescimento da MSR desacelere para 6,2%. O principal destaque de rentabilidade deve vir da venda de ativos não essenciais, gerando cerca de R$ 184 milhões em receita líquida de Custos. Assim, o EBITDA deve atingir R$ 6,492 bilhões, com margem de 43,5%.

O BBA estima ainda um aumento de 4,5% nos arrendamentos e um capex de R$ 2,549 bilhões. Apesar do impacto positivo das vendas de ativos, o resultado financeiro mais pesado e uma maior alíquota efetiva de imposto devem compensar parte do ganho. O lucro líquido deve subir 6,1% na base anual.

Gráfico de análise de ações da Vivo e TIM.
Análise comparativa das ações da Vivo e TIM.

Análise Detalhada: TIM (TIMS3)

Para a TIM, a XP prevê um crescimento de 4,9% nas receitas de serviços móveis, impulsionado pela migração para planos de maior valor e o crescimento do segmento pós-pago. No pré-pago, espera-se uma queda de 9,5%. As receitas fixas devem permanecer praticamente estáveis, e as receitas de produtos devem cair 4% anualmente.

Em rentabilidade, a XP projeta que o EBITDA cresça acima das receitas, atingindo margem de 51,3%, com lucro líquido de R$ 1,105 bilhão, um aumento de 37% ano a ano, impulsionado por uma menor alíquota de impostos.

O BBI prevê crescimento de 4,6% na receita e alta de 6,6% no EBITDA, com margem de 51,4%, apoiada por ganhos de eficiência de custos. A MSR deve crescer 5,2%, impactada pela normalização de iniciativas como o TIM Viagem e projetos de IoT.

O BBA projeta crescimento de 4,8% na MSR no 3º trimestre, puxado pelos serviços pós-pagos, com a migração do pré-pago para o controle sendo um fator relevante. A receita do segmento fixo deve se estabilizar em R$ 330 milhões. A rentabilidade é um destaque, com a TIM focada em ganhos de eficiência operacional e redução de custos. O BBA projeta expansão de 0,9 ponto percentual na margem EBITDA, chegando a 51,6%. Os gastos com arrendamentos devem ficar estáveis e o capex deve atingir R$ 1,074 bilhão, levando o fluxo de caixa livre (FCF) a crescer 1,6% anualmente.

Gráfico de análise financeira da TIM.
Projeções financeiras para a TIM Brasil.

Recomendações de Compra e Neutras

O Bradesco BBI manteve recomendação outperform para Vivo e TIM, com preços-alvo inalterados em R$37 e R$26, respectivamente, para o fim de 2026. O banco considera ambas ações defensivas, com FCFE estimado em 9,5% para Vivo e 10,4% para TIM em 2026. Apesar do bom desempenho recente, o BBI acredita que as empresas não negociam com prêmio expressivo.

O BBA, no entanto, manteve recomendação neutra para Vivo e TIM, com preço-alvo de R$ 35,50 e R$ 24, respectivamente, considerando as comparações de crescimento mais difíceis para o segundo semestre de 2025. A XP manteve recomendação de compra para Vivo (R$ 36) e neutra para TIM (R$ 21).

Fonte: InfoMoney

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