Trump: Conheça os 5 cotados para presidir o Federal Reserve

A sucessão de Jerome Powell na presidência do Federal Reserve (Fed) está em foco, com o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, liderando a busca por um novo comandante para a instituição. Bessent busca um perfil mais “enxuto e duro” para o banco central, afastando-se de regulamentações e expansões de missão consideradas “indevidas”. Essa postura tem acalmado os mercados e investidores, preocupados com possíveis intervenções políticas na política monetária. Donald Trump elogiou Bessent, indicando sua confiança em sua capacidade de “colocar tudo em ordem”, o que o credencia como possível nomeado para o cargo.

A Visão de Scott Bessent para o Fed

Scott Bessent tem um plano claro para remodelar o Fed. Seu objetivo é reduzir o papel da instituição na gestão da economia americana, limitando a compra de títulos do Governo – prática intensificada desde a crise financeira de 2008 – e enxugando a estrutura dos 12 bancos regionais que compõem o sistema. Essa abordagem visa a conter a “expansão indevida de missão” do Fed, conforme descrito por Bessent, tornando a instituição mais focada em suas funções essenciais.

A estratégia de Bessent tem sido bem recebida pelo Mercado. Vincent Reinhart, economista-chefe da BNY Investments e ex-funcionário do Fed, destaca que essa postura ajudou a acalmar os investidores. A preocupação com a possibilidade de pressões da Casa Branca para cortes de juros e a Demissão de autoridades, como a diretora Lisa Cook, tem diminuído.

Os Cinco Principais Candidatos à Presidência do Fed

Com as entrevistas para a sucessão de Powell em andamento, cinco nomes despontam como favoritos para assumir a presidência do Federal Reserve. A seleção de Bessent busca perfis que se alinhem à sua visão de um Fed mais enxuto e com atuação restrita.

Kevin Hassett: Experiência e Lealdade

Kevin Hassett, chefe do Conselho Econômico Nacional, possui sólida experiência acadêmica e passagens pelo próprio Fed e por ambas as administrações Trump. Sua presença frequente na mídia defendendo as políticas do governo o destaca. Embora tenha detalhado pouco sobre como pretende reformar o Fed, sua lealdade a Trump e a sua capacidade de acalmar os mercados o colocam como um forte candidato. Donald Trump já demonstrou preferência por ele, destacando sua capacidade de “colocar tudo em ordem”.

Kevin Warsh: Perfil de Wall Street e Críticas ao Fed

Ex-diretor do Fed com forte ligação com Wall Street, Kevin Warsh é considerado um candidato experiente. Ele já disputou a vaga em 2017 e é visto como um favorito desta vez. Sua credibilidade é reforçada por seu trabalho na Instituição Hoover da Universidade Stanford. Sua postura anteriormente considerada “hawkish”, com Críticas à expansão do balanço do Fed, agora parece alinhada à visão do Tesouro dos EUA. Warsh também defende a redução do balanço do banco central e a fusão das funções do Fed com as da política fiscal.

Christopher Waller: Favorito dos Economistas

Christopher Waller, diretor do Fed há mais de uma década, é a escolha preferida de muitos economistas. Embora tenha sido um dos primeiros a defender cortes de juros este ano, sua posição pode ser um ponto de atenção para Trump, que busca uma revolução no Fed. Alguns analistas temem que seu apoio a uma medida substancial antes das eleições de 2024 possa ser um obstáculo. Ele também tem trabalhado para centralizar operações em Washington e reduzir custos nos bancos regionais do Fed.

Michelle Bowman: Flexibilização Regulatória

Michelle Bowman, outra diretora nomeada por Trump, lidera esforços para flexibilizar os requisitos regulatórios dos bancos americanos, um objetivo central da administração. Ela apoia a visão de Bessent por um Fed com atuação mais restrita. Embora tenha votado por medidas menos drásticas do que Trump deseja, Bowman tem se alinhado à agenda econômica do presidente. Sua relativa falta de experiência, no entanto, pode pesar contra sua candidatura.

Rick Rieder: O Candidato Surpresa da BlackRock

Rick Rieder, chefe de investimentos globais da BlackRock, surge como um candidato azarão, mas impressionou os funcionários do Tesouro. Ele defende cortes mais agressivos nas taxas de juros, citando a fraca criação de empregos e a inflação estável. Rieder prevê um forte crescimento econômico impulsionado pela inteligência artificial. Sua abordagem, embora menos detalhada sobre a reformulação do Fed, também se alinha à busca por cortes de juros.

O Futuro da Política Monetária nos EUA

A lista final de candidatos será entregue a Trump entre o Dia de Ação de Graças e o Natal. A decisão final sobre quem sucederá Jerome Powell terá um impacto significativo na política monetária dos Estados Unidos e nos mercados globais. A escolha refletirá a prioridade em reduzir juros e a busca por um Fed mais enxuto e focado em suas funções essenciais, longe de expansões de missão controversas.

Ainda que o processo pareça organizado, a decisão final no Salão Oval pode trazer surpresas. O alinhamento entre a visão de Bessent e a estratégia de Trump para a economia americana será crucial para definir os rumos do Federal Reserve nos próximos anos.

Fonte: Folha de S.Paulo