Deputado pede aplausos para mortos em operação no Rio; Boulos critica

Deputado André Fernandes pede aplausos para mortos em operação no Rio, gerando controvérsia. Guilherme Boulos critica a fala e defende combate ao crime organizado.
megaoperação policial Rio de Janeiro — foto ilustrativa megaoperação policial Rio de Janeiro — foto ilustrativa

O deputado federal André Fernandes (PL-CE) gerou polêmica na Câmara dos Deputados ao solicitar um minuto de aplausos para os mais de 100 suspeitos de crimes mortos durante uma megaoperação policial no Rio de Janeiro. A declaração ocorreu nesta quarta-feira, 29, após o parlamentar elogiar a ação, que envolveu mais de 2,5 mil agentes e resultou em ao menos 121 mortes nas comunidades do Complexo do Alemão e da Penha.

Fernandes justificou sua fala ressaltando os quatro policiais mortos na mesma operação. “Como já foi dado um minuto de silêncio aos quatro policiais militares e civis do Rio de Janeiro, eu gostaria de pedir que esta Casa fizesse, neste momento, um minuto de aplausos para os mais de cem bandidos assassinados no Rio de Janeiro”, declarou o deputado, defendendo o uso da força policial e afirmando que o número de mortos poderia ser ainda maior, se necessário.

Críticas à fala de André Fernandes

Em contrapartida, Guilherme Boulos (PSOL-SP), recém-empossado ministro da Secretaria-Geral da Presidência, criticou veementemente a declaração de Fernandes. Boulos defendeu que a Liderança do crime organizado muitas vezes reside em centros financeiros, e não apenas nas favelas. “Orgulho de fazer parte do governo do presidente que sabe que a cabeça do crime organizado deste país não está no barraco de uma favela. Muitas vezes, está na lavagem de dinheiro da Faria Lima”, afirmou Boulos.

Boulos também fez um pedido de minuto de silêncio pelas vítimas da operação, mas com uma abrangência maior, incluindo suspeitos, policiais e moradores das comunidades afetadas.

Detalhes da Megaoperação no Rio

A operação policial no Rio de Janeiro, focada no combate ao Comando Vermelho (CV), resultou em um número elevado de mortes, com estimativas ultrapassando 100 suspeitos. Um dos elementos táticos da ação foi o “Muro do Bope”, uma estratégia de contenção utilizada pelos agentes de segurança para direcionar os suspeitos para áreas específicas, como o topo dos morros.

A intensidade e o resultado da operação reacenderam o debate sobre a letalidade policial e as estratégias de segurança pública no Brasil, com diferentes visões apresentadas tanto no Congresso Nacional quanto em declarações ministeriais.

Fonte: Estadão

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