Uma megaoperação no Rio de Janeiro, que resultou em pelo menos 132 mortes, foi autorizada pelo juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço, da 42.ª Vara Criminal do Rio. A ação, nomeada Operação Contenção, visava cumprir 51 mandados de prisão preventiva contra membros da facção criminosa Comando Vermelho, incluindo lideranças, gerentes e soldados do tráfico na zona norte da cidade.
Justificativa para a ‘postura rígida’
O magistrado justificou a necessidade imperiosa das prisões, argumentando que as atividades criminosas desenvolvidas pelos denunciados são “demasiadamente perigosas e bem especializadas”. Picanço defendeu uma “postura rígida” por parte das autoridades policiais, do Ministério Público e do Poder Judiciário para restabelecer a paz social diante de uma criminalidade que, segundo ele, assume proporções “quase que incontroláveis”.
O juiz enfatizou que há indícios suficientes de autoria e prova da materialidade dos crimes, e que a permanência dos suspeitos em liberdade representaria um risco à ordem pública. A decisão judicial baseia-se na constatação de que a conduta criminosa atribuída aos denunciados se protrai no tempo e encontra-se “em plena atividade”, tornando a Prisão preventiva a medida cautelar necessária para impedir a continuidade de suas carreiras criminosas.
Planejamento e Evidências da Operação
A Operação Contenção foi resultado de uma denúncia do Ministério Público do Rio, com o planejamento operacional definido pelo Governo estadual. As provas apresentadas ao processo incluíam flagrantes dos criminosos em pontos de venda de drogas, portando armas de grosso calibre, rádios comunicadores, dinheiro e entorpecentes. Essas evidências foram consideradas pelo juiz como suficientes para demonstrar que a liberdade dos acusados colocaria em risco a ordem pública, dada a habitualidade e persistência de suas condutas.
O juiz também autorizou buscas em 54 endereços ligados aos investigados. A decisão ressalta a importância de medidas concretas para coibir a ação de grupos criminosos organizados, como o Comando Vermelho, que atua fortemente no Rio de Janeiro. A rigidez defendida pelo magistrado busca responder à complexidade do cenário de segurança pública no estado.
Alvos da Operação Contenção
A lista de alvos da Operação Contenção incluiu 51 nomes, entre eles:
- Allan da Costa Silva
- Andre Felipe Mendes da Silva
- Andrews Lagoa da Silva
- Bruno Quirino Abreu
- Caio César da Silva Sant’Anna
- Carlos Alexandre Siqueira Pinto
- Carlos da Costa Neves
- Daniel Afonso de Andrade
- Davi da Silva Candido
- Dirceu Breno Vicente
- Edgar Alves de Andrade
- Eduardo Braga de Souza Silva
- Eduardo Lisboa de Freitas
- Elbert Luiz dos santos
- Fabricio Gomes Feliciano
- Fabrício dias Correia
- Fagner Campos Marinho
- Felipe Roberto Ribeiro
- Geovane Ribeiro dos Anjos
- Guilherme de Oliveira Menezes da Silva
- Guilherme Vinicios Moraes Gonçalves
- Henrique Wesley Braga Neves
- Jonas Gabriel Figueira dos Santos Rosa
- José Eduardo Gonçalves de Freitas
- José Severino da Silva Junior
- Jose Augusto de Santana Martins
- Juan Breno Malta Ramos Rodrigues
- Juan Martins Nunes Santos
- Kawã Oliveira dos Santos
- Kayky Miranda Cavalcante
- Leonardo de Araújo Alves da Silva
- Luiz Felipe Coelho Cuoco
- Mario Cesar de Almeida Filho
- Nikolas Fernandes Soares
- Pedro Paulo Guedes
- Rafael Bruno Rodrigues Ferreira
- Rosemberg da Silva Medeiros Gomes
- Rychardy Victor Azevedo dos Santos
- Samuel Almeida da Silva
- Sebastiao Teixeira dos Santos
- Thiago Barbosa Conrado
- Thiago Lira Fernandes
- Thiago Reis da Costa
- Thiago Siqueira Pereira
- Thiago Soares Leite
- Vagner Rodrigues de Freitas
- Vinicius De Almeida Silva
- Walmir Oliveira Santos
- Wanderley Leocadio de Oliveira
- Washington Cesar Braga da Silva
- Ygor Freitas de Andrade
Fonte: Estadão