Boulos: “Chefe do Tráfico” está na Faria Lima, não em favelas

Guilherme Boulos, novo ministro, afirma que “chefe do tráfico” está na Faria Lima, criticando operações policiais e defendendo diálogo.
chefe do tráfico na Faria Lima — foto ilustrativa chefe do tráfico na Faria Lima — foto ilustrativa

O novo ministro da Secretaria-Geral da República, Guilherme Boulos, criticou a megaoperação policial que ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Em cerimônia de posse, Boulos pediu um minuto de silêncio pelas vítimas e declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está ciente de que o verdadeiro “chefe do tráfico” frequentemente não reside em favelas.

Críticas à Operação Policial no Rio de Janeiro

Boulos iniciou seu discurso na posse, realizada no Palácio do Planalto, prestando homenagem às vidas perdidas na operação carioca. Ele solicitou um minuto de silêncio por todas as vítimas, incluindo policiais e moradores, em meio aos recentes dados que apontam a ação como uma das mais letais da história do país, com ao menos 121 mortos confirmados pelo Governo estadual.

Guilherme Boulos discursando em cerimônia de posse como ministro
Guilherme Boulos em sua cerimônia de posse como ministro.

A “Faria Lima” como Sede do Crime Financeiro

Após a homenagem, Boulos expressou orgulho pela postura de Lula, que, segundo ele, “não fala fino com os Estados Unidos e defende a soberania brasileira”. O ministro prosseguiu, afirmando que “o presidente sabe que o chefe do tráfico não está no barraco de uma favela. Muitas vezes está na Faria Lima, como mostrou a Operação Carbono Oculto da Polícia Federal”.

A Operação Carbono Oculto, mencionada por Boulos, foi deflagrada em agosto para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal no setor de combustíveis, com foco em fundos de investimento sediados na Avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo. A investigação contou com a participação da Polícia Federal, Receita Federal e das polícias Civil e Militar de São Paulo.

Diálogo e Estratégia Eleitoral

Em seu pronunciamento, o novo ministro ressaltou que sua missão, delegada por Lula, é “dialogar com todo mundo”. Boulos destacou a importância de se aproximar de segmentos que tradicionalmente se alinham ao bolsonarismo, como entregadores de aplicativos e a comunidade evangélica. Ele enfatizou a necessidade de ouvir Críticas e apresentar as ações do governo para a população.

Guilherme Boulos, que era deputado federal licenciado, assume a Secretaria-Geral da República em Substituição a Márcio Macêdo (PT-SE). A pasta é estratégica para a interlocução do governo com movimentos sociais e populares. Essa é a 13ª alteração ministerial no governo Lula, vista como um movimento de reestruturação com foco nas eleições presidenciais de 2026.

Fonte: Valor Econômico

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