Gleisi Hoffmann: PF, Receita e Coaf à disposição do Rio contra crime organizado

Gleisi Hoffmann garante apoio da PF, Receita e Coaf ao Rio de Janeiro para combater crime organizado e descapitalizar facções. Entenda a estratégia.
PF, Receita e Coaf à disposição do Rio — foto ilustrativa PF, Receita e Coaf à disposição do Rio — foto ilustrativa

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, anunciou nesta quarta-feira (29) que a União intensificará a presença da Polícia Federal (PF), do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Receita Federal no Rio de Janeiro. A medida visa fortalecer o combate ao crime organizado, especialmente após uma operação policial contra o Comando Vermelho resultar em mais de 100 mortos.

“A Polícia Federal, a Receita Federal, o Coaf estão à disposição disso. Vamos reforçar esse time no Rio de Janeiro”, declarou Gleisi em Entrevista à Globonews, destacando a atuação desses órgãos em operações como a de número 1.000.

A ministra ressaltou que o cerco financeiro é a estratégia mais eficaz contra organizações criminosas. “Só tem uma forma de realmente combater organizações criminosas com eficácia, que é o caminho do dinheiro. Quando você realmente estrangula financeiramente, deixa essas organizações sem recurso, realmente cai por terra a organização territorial que eles têm”, afirmou.

Integração de Polícias e o Papel da PEC da Segurança Pública

Gleisi Hoffmann defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, argumentando que a proposta promove uma integração crucial entre as diferentes forças policiais. “Aí há um planejamento conjunto. A Polícia Federal vai estar integrada às seguranças dos Estados para planejar e usar toda a inteligência que o Governo dispõe”, apontou.

A ministra lamentou o que chamou de trâmite lento da PEC e a Falta de apoio dos governadores à iniciativa. Ela ainda comentou sobre a percepção de demora na resposta do governo federal à crise de segurança no Rio.

“Ele se mostrou surpreso por uma operação desse tamanho, sem ter sido informada ao governo federal, solicitado ajuda. Passamos a ele as informações, e ele determinou a ida do ministro da Justiça, do diretor-geral da Polícia Federal ao Rio de Janeiro, para colocar a estrutura do governo federal e das forças de segurança à disposição”, disse Gleisi, referindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Presidente Lula e o Ministro da Justiça, Lewandowski, em reunião sobre segurança pública.
Presidente Lula e o Ministro da Justiça, Lewandowski, em reunião sobre segurança pública.

Críticas à Operação e a Busca por Descapitalização

Gleisi Hoffmann rebateu declarações do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sobre o sucesso da megaoperação que resultou em 132 mortos na capital fluminense. “Para saber se a operação foi bem sucedida, tem que ver o que ela desmantelou, quais as cabeças capturadas e se houve descapitalização da organização criminosa”, afirmou.

A ministra ponderou que os criminosos falecidos são facilmente substituídos pelas facções, enfatizando a necessidade de atingir o “coração” da organização. Ela mencionou uma ligação com Castro, na qual o governador teria esclarecido que suas críticas não eram direcionadas à operação em si, mas a outros aspectos.

Segundo Gleisi, o governo federal soube posteriormente que a Polícia Federal no Rio de Janeiro foi informada sobre a operação, mas não considerou a participação razoável. “Que eu saiba, a PF no RJ não recomendou que operação contra CV não fosse feita”, completou.

Avaliação sobre a GLO

Gleisi Hoffmann afirmou que o governo federal não teria objeções em decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), caso houvesse uma solicitação formal do estado. “Não fizemos grande debate sobre GLO. Obviamente, se o estado solicitar, vamos avaliar, e aí, tem que fazer”, declarou. “Não há contrariedade em fazer, mas tem que ter objetivo próprio”.

A ministra reforçou que não houve qualquer pedido institucional ao governo federal por parte do governo do Estado. “Não fomos avisados, não houve pedido de Garantia da Lei e da Ordem, de nenhuma ajuda por parte do governo do Estado ao governo federal”, apontou.

Policiais em operação no Rio de Janeiro.
Policiais em operação no Rio de Janeiro.

Fonte: InfoMoney

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