COP30: Brasil busca acordo para mais recursos de adaptação climática

Brasil busca na COP30 em Belém um acordo para ampliar recursos de adaptação às mudanças climáticas, com foco em financiamento e implementação.
recursos de adaptação mudanças climáticas — foto ilustrativa recursos de adaptação mudanças climáticas — foto ilustrativa

O Brasil almeja um acordo na COP30, que acontecerá em Belém, para aumentar o fluxo de recursos destinados à adaptação às mudanças climáticas. A meta, segundo o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, é que a conferência gere anúncios positivos nesse sentido, com fundos provenientes de países ricos, filantropia e bancos multilaterais de desenvolvimento.

Cenário de Desafios para o Financiamento Climático

A COP30 ocorre em um momento global onde as agendas ambientais enfrentam queda de apoio político e, consequentemente, de recursos disponíveis. Isso ocorre mesmo diante do aumento de eventos climáticos extremos e desastres naturais. O embaixador Corrêa do Lago defende que encontrar alternativas de financiamento para a adaptação é crucial para demonstrar progresso concreto na agenda climática e dissipar a percepção de que ela está perdendo espaço.

Um relatório recente da ONU destacou que o mundo precisará de US$ 310 bilhões anuais até 2035 para se preparar para as consequências do aquecimento global, um valor 12 vezes maior do que o investimento atual em adaptação climática.

COP30: O Foco na Implementação e Adaptação

Embora não seja um compromisso formal da COP30, a busca por novas fontes de financiamento visa entregar resultados tangíveis, movendo a conferência da fase de negociação para a de implementação. O Acordo de Paris estabelece duas frentes principais: mitigação (evitar, reduzir ou compensar impactos) e adaptação (preparação para consequências inevitáveis). Diante da urgência imposta pelos desastres climáticos, a adaptação ganha destaque. O embaixador Corrêa do Lago descreve a COP30 como a “COP da adaptação”, enfatizando a necessidade de recursos para governos e cidades.

Ele ressalta que a implementação não depende apenas das negociações, mas do cumprimento do que já foi acertado. A ideia é que a COP30 marque a transição do planejamento para a ação prática, retirando os acordos do papel.

O “Mapa do Caminho” para Novos Recursos Climáticos

Existe um consenso sobre o declínio de recursos a fundo perdido para o financiamento climático. O resultado da COP29 em Baku evidenciou essa dificuldade, com um compromisso de apenas US$ 300 bilhões, distante dos US$ 1,3 trilhão estimados como necessários. O cenário global, com a saída dos EUA do Acordo de Paris e as prioridades de Defesa da Europa, tornou o ambiente financeiro mais desafiador. Em resposta, Corrêa do Lago e seu antecessor, Mukhtar Babayev (COP29), elaboraram um “Mapa do Caminho” com alternativas para aumentar a disponibilidade de recursos.

Este relatório, que será apresentado na COP30, sugere medidas como a redução da burocracia para aprovação de financiamentos e o aumento da capacidade de bancos de desenvolvimento atraírem capital privado. O documento também explora a possibilidade de troca de dívidas de países pobres por investimentos em adaptação. Apesar de não ter força legal, o “Mapa do Caminho” visa influenciar as ações dos países e gerar novas iniciativas no setor.

Fonte: InfoMoney

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