Powell adia cortes de juros em 2025 e derruba Wall Street

Jerome Powell sinaliza que Fed pode não cortar juros em 2025, frustrando expectativas do mercado e levando Wall Street a cair. Entenda o impacto.
Powell adia cortes de juros em 2025 — foto ilustrativa Powell adia cortes de juros em 2025 — foto ilustrativa

As bolsas de valores americanas iniciaram o dia em queda após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, indicar que o banco central dos EUA pode não realizar mais cortes nas taxas de juros em 2025. Os principais índices da bolsa de Nova York, que haviam atingido novas máximas históricas intradia no início do pregão, reverteram o curso.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, discursando.
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, sinaliza cautela com cortes de juros.

Fed anuncia corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros

O Fed, ao final de sua reunião de política monetária de dois dias, anunciou a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, situando-a em uma faixa entre 3,75% e 4%. Este foi o segundo corte de mesma magnitude no ano. No entanto, as expectativas do Mercado por um novo corte de 0,25 ponto percentual na reunião de dezembro foram frustradas pela fala de Powell.

Durante sua Coletiva de Imprensa pós-reunião, Powell destacou que houve “visões muito divergentes sobre como proceder em dezembro” entre os membros do comitê. Ele enfatizou que “uma nova redução na taxa básica de juros na reunião de dezembro não é uma conclusão inevitável. Longe disso”. Essa declaração gerou incerteza entre os investidores.

Desempenho dos índices e foco em gigantes de tecnologia

O Dow Jones Industrial Average registrou queda de 189 pontos (0,4%), o Nasdaq Composite recuou 0,1%, e o S&P 500 teve uma desvalorização de 0,4%. A reviravolta nos mercados ocorreu apesar de um dia positivo para algumas gigantes da tecnologia, conhecidas como “Magnificent Seven”.

A Nvidia, em particular, continuou sua trajetória ascendente, com suas ações subindo cerca de 3% no dia. A capitalização de mercado da empresa ultrapassou US$ 5 trilhões durante o pregão, um marco histórico para uma empresa americana. A Nvidia está a caminho de uma sequência de cinco dias de alta. Outras fabricantes de chips, como Broadcom e AMD, também registraram ganhos superiores a 1%, enquanto a Micron avançou mais de 3%.

Sede do Federal Reserve em Washington, D.C.
A sede do Federal Reserve, em Washington, D.C., centro das decisões de política monetária dos EUA.

Keith Buchanan, gestor sênior de portfólio da Globalt Investments, comentou que o mercado está entrando em “uma nova fase da história da IA”, com o foco migrando de lucros para a aceleração do crescimento previsto para essas empresas. Ele citou os recentes acordes da Nvidia, incluindo um investimento de US$ 1 bilhão na finlandesa Nokia, como exemplos do potencial de crescimento de lucros através de parcerias estratégicas.

Cenário econômico e tensões comerciais EUA-China

Enquanto o mercado de ações reage às declarações de Powell, outros fatores econômicos e geopolíticos também estão em jogo. A divulgação de resultados de grandes empresas como Alphabet, Meta Platforms e Microsoft após o fechamento do mercado na quarta-feira, e de Apple e Amazon na quinta-feira, é aguardada com atenção. Qualquer sinal de decepção por parte dessas companhias pode impactar negativamente o mercado em geral.

Investidores também monitoram os desdobramentos do encontro entre o presidente Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping. Embora as tensões comerciais entre os EUA e a China tenham mostrado sinais de arrefecimento, especialmente após os avanços do Fim de Semana, a reunião pode trazer novas dinâmicas. Trump expressou a expectativa de reduzir tarifas impostas à China sobre o fentanil, que atualmente estão em 20%.

A decisão do Fed de manter uma postura mais cautelosa em relação aos cortes de juros reflete a complexidade do cenário econômico atual, onde a inflação, o crescimento e a estabilidade financeira precisam ser cuidadosamente equilibrados. A possibilidade de não haver mais cortes em 2025 sinaliza que o ciclo de aperto monetário pode ter chegado ao fim, mas o futuro da política monetária dependerá da evolução dos dados econômicos e da persistência das pressões inflacionárias.

Fonte: InfoMoney

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