A Dívida Pública Federal (DPF) registrou uma queda de 0,28% em setembro em comparação com agosto, totalizando R$ 8,122 trilhões. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (29) pelo Tesouro Nacional, período em que também se observou um aumento no custo para a rolagem dos títulos públicos.
Impacto da Dívida Mobiliária Interna e Externa
No mês de setembro, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) apresentou uma retração nominal de 0,31%, alcançando R$ 7,820 trilhões. Por outro lado, a dívida pública federal externa (DPFe) apresentou um crescimento de 0,43%, atingindo R$ 301,5 bilhões.
O recuo geral da dívida pública foi impulsionado por um resgate líquido de R$ 100 bilhões da dívida mobiliária interna. Este valor foi parcialmente contrabalanceado pela incorporação de juros, no montante de R$ 75,7 bilhões, na dívida interna.
Cenário de Juros e Apetite ao Risco
O Tesouro Nacional destacou que a redução das taxas de juros pelo banco central dos Estados Unidos e a expectativa de um ritmo mais acelerado nos cortes da taxa fundamental impulsionaram o apetite ao risco no mercado. Isso resultou em uma queda nos juros futuros para prazos mais extensos, reflexo também da política monetária adotada no Brasil e de indicadores globais.
Contudo, apesar desse cenário, o custo médio do estoque da dívida pública federal acumulado em 12 meses apresentou uma elevação em setembro, passando de 11,65% ao ano em agosto para 12,00%.
Custo de Emissão e Prazo Médio da Dívida
O custo médio das novas emissões de títulos da dívida interna, por sua vez, também registrou um ligeiro aumento, saindo de 13,70% para 13,74% ao ano. Em relação ao perfil de vencimentos da dívida pública, o Tesouro informou que o prazo médio do estoque evoluiu de 4,09 anos para 4,16 anos durante o mês de setembro.
Reserva de Liquidez e Perspectivas para Outubro
A reserva de liquidez diminuiu de R$ 1,134 trilhão em agosto para R$ 1,032 trilhão em setembro. Apesar da redução, o valor ainda é considerado suficiente para cobrir 9,33 meses de vencimentos de títulos, um aumento em relação aos 7,78 meses registrados no mês anterior. Para o mês de outubro, o Tesouro antecipou que a expectativa de cortes de juros nos EUA continuará a impulsionar ativos de países emergentes. Entretanto, a percepção de risco no Brasil pode ser influenciada por incertezas fiscais.
Acompanhe as políticas econômicas e o cenário fiscal brasileiro para entender os próximos desdobramentos da dívida pública e suas implicações.
Fonte: InfoMoney