Campeões de Produtividade Transformam o Agronegócio Brasileiro

Produtores inovadores transformam o agronegócio brasileiro com alta produtividade. Descubra as técnicas e os líderes do setor.
campeões de produtividade no campo — foto ilustrativa campeões de produtividade no campo — foto ilustrativa

Longe dos gigantes da soja do Centro-Oeste, o produtor Charles Breda, de Santa Catarina, alcançou o maior índice de produtividade do País. Em 2024, sua fazenda, a Agro Mallon, venceu o desafio nacional do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) com 135,49 sacas por hectare, mais que o dobro da média nacional de 60,3, segundo a Conab. O resultado foi alcançado em cultura de sequeiro, sem irrigação. “A terra é o maior ativo do produtor. O solo deve ser o bem mais precioso e bem cuidado”, afirma Breda. O aumento da microbiologia do solo, iniciado em 2021, permitiu que a soja resistisse até 15 dias de veranico. “Aqui a gente cava o solo e encontra minhoca”, conta orgulhoso.

Enquanto os maiores produtores se destacam pelo volume total colhido, os mais produtivos se sobressaem pelo rendimento por hectare. Eles não figuram entre os maiores em área plantada, mas lideram a vanguarda da produção. Suas fazendas são referência em eficiência e inovação, com técnicas avançadas de manejo, nutrição do solo e integração de culturas. Essa combinação de ciência e prática no campo tem elevado a produtividade das lavouras.

A Importância do Solo Saudável

Em Palmeiras das Missões (RS), Dimas Binsfeld colheu o triplo da média nacional e se tornou campeão em produtividade de milho irrigado no concurso do Grupo de Estratégias e Tecnologias para Alta Produtividade (Getap). Foram 343,1 sacas por hectare, ante 106,5 sacas na média brasileira. Ele atribui o resultado ao uso de sementes de alta performance, análises detalhadas do solo, nutrição personalizada, monitoramento e irrigação sob medida. São práticas que, segundo Binsfeld, “transformaram o potencial da lavoura em resultado de verdade”.

Outro campeão de produtividade, Karl Milla, filho do patriarca Ernest Milla, conta que o pai deixou como legado o cuidado com o solo. À frente da Ernest Milla Agrícola, em Candói (PR), a família alcançou o melhor resultado nacional no milho sequeiro, com 330,9 sacas por hectare. “A grande lição que nosso pai nos deixou é construir a poupança do solo. Olhar para a vida do solo é olhar para o futuro do agro. Nossa produtividade é fruto de gerações e do trabalho em equipe, investindo na saúde e no equilíbrio do solo”, afirma Karl.

Inovação na Produção de Algodão

Renato Bürgel costuma dizer que produzir uma boa fibra de algodão “é quase uma arte”. Ao lado dos irmãos Rogério e Rudnei, ele comanda, no Mato Grosso do Sul, uma produção reconhecida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) como uma das mais eficientes do País. Na safra 2024/2025, os três colheram média de 419 arrobas por hectare, resultado bem acima das médias estadual e nacional.

O salto na produção veio com investimentos em sementes melhoradas, plantio direto, adubação balanceada e manejo integrado de pragas. Após a safrinha do milho, o trio prepara o solo com nabo forrageiro e faz todo o ciclo produtivo, do plantio à colheita e ao beneficiamento. “Buscamos motivar todas as pessoas envolvidas na produção. Isso explica o resultado: uma fibra de altíssima qualidade e padrão Internacional”, diz Renato.

Gigantes do Agronegócio e Integração

A história de André Antonio Maggi, que saiu do Paraná rumo a Mato Grosso, deu origem a três grupos familiares entre os maiores do agronegócio brasileiro: Amaggi, Bom Futuro e Scheffer. Juntos, cultivam área equivalente a mais da metade de Sergipe, produzindo mais de 4 milhões de toneladas de soja e milho, volume comparável ao do Uruguai.

A Amaggi lidera a comercialização de grãos. Em 2024, produziu 1,3 milhão de toneladas e negociou 19 milhões em Parceria com 6 mil agricultores. O Grupo Scheffer é referência em agricultura regenerativa, com 236 mil hectares, e produção próxima de 1 milhão de toneladas de grãos e algodão.

O Grupo Bom Futuro é o maior produtor de soja do País e também figura entre os líderes em milho e algodão. Investe ainda em integração lavoura-pecuária, com cerca de 104 mil cabeças abatidas por ano. Fora da família Maggi, a gaúcha SLC Agrícola disputa a liderança nacional com 660 mil hectares em sete estados e mais de 2,4 milhões de toneladas produzidas em 2024.

Gráfico de produtividade no agronegócio brasileiro com destaque para campeões e gigantes.
Avanços tecnológicos e manejo do solo impulsionam a produtividade no campo brasileiro.

Fonte: Estadão

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