Um possível acordo comercial entre Donald Trump e a China, que pode envolver a compra de soja americana e a Suspensão de tarifas, está sob os holofotes. Autoridades americanas celebram a perspectiva de um pacto que reverteria parte da escalada de tensões comerciais iniciada pelo governo Trump.
Contexto das Negociações Comerciais EUA-China
A reunião entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping se aproxima, com a expectativa de que medidas como a suspensão de tarifas e a compra de soja americana sejam discutidas. Essas ações visam restaurar um cenário semelhante ao do início do ano, antes da intensificação da guerra comercial. No entanto, acordos anteriores demonstraram fragilidade, levantando dúvidas sobre a durabilidade de um novo pacto.
Detalhes do Acordo Proposto
Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, um acordo substancial foi alcançado, evitando um aumento de 100% nas tarifas americanas sobre exportações chinesas previsto para novembro. A China teria concordado em adiar a implementação de um novo sistema de Licenciamento para terras raras por um ano e auxiliar na contenção do fluxo de fentanil. Além disso, um compromisso de compras agrícolas significativas foi mencionado, com a secretária de Agricultura, Brooke Rollins, elogiando a notícia como um retorno ao equilíbrio para os produtores americanos.
Críticas e Estratégias de Escalada
Críticos apontam que o Governo Trump estaria resolvendo uma crise que ele mesmo criou. A China havia interrompido as compras de soja americana em retaliação às tarifas impostas por Trump. O sistema de licenciamento para terras raras também foi desenvolvido em resposta a restrições tecnológicas americanas, intensificadas após as tarifas de abril. Paul Triolo, da DGA-Albright Stonebridge Group, descreve a política de Trump como uma estratégia “perdedora” que prejudica ambos os lados e reduz a participação de mercado geral das empresas.
Perspectivas e Imprevisibilidade
As negociações de Trump são conhecidas por sua imprevisibilidade. Autoridades chinesas mencionaram a possibilidade de compras mais substanciais e investimentos em investimentos chineses nos Estados Unidos. No entanto, analistas como Jonathan Czin questionam a abordagem setorial das negociações, que foca em questões como TikTok ou soja, em vez de discutir os problemas fundamentais que iniciaram o conflito comercial.
Impacto nas Empresas e Relações Geopolíticas
A escalada nas tensões comerciais prejudica empresas que dependem da relação entre EUA e China. Desta vez, Trump implementou tarifas mais abrangentes, e a China respondeu com tarifas sobre produtos americanos, investigações e restrições. Empresas americanas enfrentam a possibilidade de interrupção na produção e conflitos entre leis de ambos os países. Evan Medeiros, da Universidade de Georgetown, alerta que a Confiança mútua e a crença de que cada lado precisa mais do outro criam uma situação inerentemente instável e perigosa.
Fonte: Estadão